Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, é muito pouco tempo para se avaliar esse tipo de situação, mas o time que ganhou do Cruzeiro já começa a ter a cara de André Jardine. Completamente diferente do estilo Aguirre, onde o time se fechava e partia no contra-ataque, esse tem a posse de bola e propõe o jogo.
Assim como na partida contra o Grêmio, o São Paulo começou dominado pelo adversário. Mas em dez minutos já tinha equilibrado as ações e passou a tomar conta do jogo. Nenê e Diego Souza se posicionavam lado a lado no ataque, com Everton e Shaylon pelos cantos do campo. Jucilei e Hudson também desciam bastante. Interessante notar que a intensidade fica por conta dos volantes, nem tanto dos laterais. Reinaldo e Bruno Peres se guardaram um pouco mais atrás.
Outro detalhe: saída de bola com os zagueiros. Jardine disse, na entrevista após o jogo, que na sua cabeça os zagueiros tem que ter bom passe e saber sair jogando. As jogadas devem nascer com eles, pois trazer um meia para buscar o jogo no meio do campo enfraquece o ataque, que fica com um jogador a menos. Nesse quesito, Arboleda que foi gigante na partida, vai ter que melhorar muito, pois o passe dele é horrível.
Mas vejam: o gol de Diego Souza foi uma assistência dele, Arboleda, que na cobrança de escanteio cabeceou na direção do centro-avante, que marcou um golaço.
Verdade que na metade final do segundo tempo sofremos muito. O Cruzeiro partiu para cima, pressionou, tentou de todas as formas. Mas o sofrimento foi relativo, pois Jean não fez uma única defesa. A zaga estava muito bem postada e em grande jornada.
As substituições feitas por Jardine não surtiram efeito. Ele colocou Brenner no lugar de Shaylon, mas o garoto entrou com medo de partir para cima e matava qualquer chance de contra-ataque; depois entrou Edimar no lugar de Reinaldo para segurar o setor; por último Araruna no lugar de Hudson, que jogou pendurado com dois amarelos. Quando eu digo que não surtiram efeito é porque tudo continuo como estava. Não melhorou, mas também não piorou.
Entendo que o futebol de Bruno Alves cresce assustadoramente quando ele forma a dupla de zaga com Arboleda; assim como cresce o futebol de Nenê e Diego Souza quando ambos jogam juntos, principalmente com Everton em campo.
A vitória nos deixa em boas condições de ficar no G4. Se pegarmos pela frente, nós vamos jogar contra o Vasco no Rio e o Grêmio contra o Flamengo no Maracanã. Convenhamos que nossa missão é muito mais fácil. Depois teremos o Sport no Morumbi, e o Grêmio faz outra fora, contra o Vitória na Bahia. Se bem que aí não dá para considerar muita vantagem nossa. Na última rodada nós vamos pegar a Chapecoense em Chapecó, enquanto o Grêmio joga contra o Corinthians em Porto Alegre. Então a decisão é agora. Acredito que se ganharmos do Vasco e o Grêmio perder do Flamengo nós terminaremos no G4.
Se isso acontecer, sem dúvida alguma, para o elenco que temos, e pelos desmandos que tivemos em nosso clube nos últimos dez anos, é um grande prêmio.