Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o inacreditável, o que parecia impossível aconteceu: o São Paulo perdeu do Coritiba dentro do Morumbi, com quase 54 mil pessoas presentes, no novo recorde de público. A festa estava pronta, a torcida recebeu o time com fogos, bandeiras, colorido e muita, mas muita animação. Parecia jogo de Libertadores. E poderia ser. Ganhasse do Coritiba, o que seria o óbvio, o São Paulo pularia para a 11ª colocação do Campeonato Brasileiro e ficaria apenas seis pontos atrás do sexto colocado, com uma partida relativamente fácil pela frente e um turno inteiro a ser jogado.
Ninguém em são consciência acreditaria que o time tivesse qualquer dificuldade para vencer o jogo desta quinta-feira. Depois da virada e vitória épica contra o Botafogo, surgia um divisor de águas e o time mostraria que realmente é bom e que a presença no Z4 era circunstancial. Mas não. Parece que essa presença é real e vamos brigar até o fim para ficarmos, pelo menos, em 16º lugar.
Vamos analisar o primeiro tempo. O Coritiba chegou perto do gol do São Paulo apenas em bolas paradas. O São Paulo por sua vez, perdeu, no mínimo, quatro chances claras de gol: uma com Marcinho, nos primeiros minutos de jogo; outra com Cueva, um absurdo de gol perdido; uma com Rodrigo Caio, de cabeça; e outra com Pratto. Sem contar as muitas jogadas que sobraram para Marcinho pelo lado direito e ele acabou perdendo; ou em contra-ataques, onde a bola chegava em Cueva, e ele perdia. O domínio foi absoluto e, em condições normais, não fosse a ruindade excessiva nas finalizações, poderíamos virar o jogo, sem exagero nenhum, ganhando por 3 a 0.
Veio o segundo tempo e o nervosismo começou a bater. Os passes que eram precisos no primeiro tempo começaram a encontrar defensores do Coritiba. Time posicionado atrás, mas não exageradamente retrancado, conseguia evitar que as tabelas fossem feitas, que infiltrações ocorressem, como aconteceram no primeiro tempo. Aí, num contra-ataque, Bruno faz pênalti em Rildo. No estádio, na minha posição, não tive clareza no lance. Pela TV, vendo depois o lance, continuei em dúvida. Mas não posso deixar de salientar a burrice extrema de Bruno, porque o árbitro estava marcando qualquer esbarrão. Logo, ele não tinha o direito de encostar em Rildo. Pênalti pela burrice e ruindade dele.
Se o São Paulo já não vinha sentindo quando sofria um gol, nesta noite sentiu. O time se desestabilizou e os passes começaram a sair todos errados. Dorival colocou Marcos Guilherme no lugar de Bruno e recuou Marcinho para a lateral. Mas foi num contra-ataque, que começou exatamente nas costas de Marcinho, que Rildo atravessou a bola e o Coritiba chegou ao segundo gol, com o atacante completamente livre de marcação.
Dorival então tirou Hernanes, que fazia uma péssima partida, e Jucilei, colocando Gomez e Denilson. O São Paulo foi para o abafa. Mas foram chuveirinhos e mais chuveirinhos na área tentando alguma coisa. Até que numa delas, num bate-rebate, Denilson marcou.
O São Paulo fez um bom primeiro tempo? Sim, fez. Mas não marcou. Fez um bom segundo tempo? Não. Mas, que tivesse feito, perdeu e não se pode perder no Morumbi, principalmente de um time que estava na zona de rebaixamento e com essa vitória nos passou. Mais do que isso: abriu três pontos.
Não joguei a toalha quanto a termos a possibilidade de brigarmos por uma vaga na Libertadores do próximo ano, mas tenho que ser realista que, no mínimo por mais seis rodadas, nossa briga será unica e exclusivamente para nos livrarmos do Z4. E ficar ciente que a lógica no futebol este ano está passando a milhões de léguas de distância do São Paulo.