Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo cumpriu a missão que todos os analistas indicam num campeonato de pontos corridos, que é o de ganhar em casa e, pelo menos, empatar fora. Mas a vitória neste domingo, no Morumbi, teve como elemento principal ser um clássico. E o Santos foi o único time que derrotou o São Paulo, no Morumbi, este ano. Jogamos os clássicos do Paulista fora de casa. Os únicos que jogamos como mandantes foram contra o Santos – derrota – e Corinthians – vitória.
Contestei antes do início do jogo a colocação de Arboleda no banco. Fui ironizado, após o jogo, nas redes sociais, pois todos entenderam que a dupla Bruno Alves e Anderson Martins foi muito bem, até a expulsão do segundo. Bem, só que eu fiz uma crítica antes da bola rolar. Depois do jogo, é mais fácil analisar as coisas e acertar.
É fato que a defesa foi bem. Bruno Alves, por exemplo, foi gigante, um monstro. Anderson Martins vinha bem, até o lance da expulsão. Entendo absolutamente discutível, mas fico com a visão que tive no campo (e depois na TV), que o árbitro foi excessivamente rigoroso. De qualquer forma, reconheço uma entrada afoita do zagueiro, que apesar de ter ficado parado alguns dias, no Reffis, não demonstrou falta de ritmo de jogo.
Os dois laterais também foram bem, com funções muito semelhantes: quando um descia, o outro ficava. Geralmente era Reinaldo quem mais arriscava o ataque. Aí Militão fechava para formar um terceiro zagueiro e Marcos Guilherme cobria o corredor direito. Aliás, ele pode ter técnica limitada, mas que sobre vontade, determinação e entrega a Marcos Guilherme, isso é inegável.
O São Paulo dominou o primeiro tempo quase que integralmente. Poderia ter feito gol logo no primeiro minuto de jogo, numa troca de passes maravilhosa entre Hudson, Nenê, Marcos Guilherme e Diego Souza, com o centro-avante errando bisonhamente o chute, de frente para o gol. Logo depois foi a vez de Militão cabecear uma bola sozinho, de dentro da pequena área, de frente para o gol, só que para fora.
O Santos não conseguia chegar perto da área do São Paulo. A marcação era precisa, com o time compactado, não dando espaço para o time praiano. A linha de 4-4-2 ficava bem evidente, com Jucilei, Hudson, Marcos Guilherme e Everton formando a linha de quatro avançada, deixando Nenê e Diego Souza mais a frente.
Depois do gol o São Paulo recuou, como tem acontecido sucessivamente. No entanto, o Santos teve uma chance num belo chute de fora da área, para grande defesa de Sidão, e uma falha do goleiro, em um cruzamento da direita, que quase redundou no gol santista. De resto, por mais que o Santos tenha ficado mais com a bola, tentando pressionar, praticamente não entrou na área do São Paulo, repito, graças a ótima atuação da zaga e dos volantes Jucilei – monstro – e Hudson.
Além de não levar tanto perigo ao gol do São Paulo, nós estivemos muito mais próximos de aumentar o placar, só não o fazendo porque desperdiçamos, no mínimo, dois contra-ataques que poderiam ser mortais.
Subimos bem na tabela, ainda estamos no prejuízo dos pontos, mas há muito tempo para recuperá-los. O time tem uma semana para trabalhar bem seu potencial para o jogo contra o América, em Belo Horizonte, no próximo domingo. Quem sabe ocorra aí a primeira vitória fora de casa.
Sobre Aguirre, contesto e sempre vou criticar algumas escalações, mas sei compreender quando ele encaixa o time e o fez isso hoje, certamente. E aos mais críticos e céticos em relação ao trabalho dele, quero apenas lembrar que ficamos anos sem ganhar um único clássico. Tinha torcedor preferindo ganhar clássico do que título. Aguirre, em pouco tempo dirigindo o time, já ganhou dois clássicos. Então vamos cornetar menos e torcer e apoiar mais.