Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o que podemos falar de mais uma derrota em clássico do São Paulo, a não ser atestar que somos mesmo a quarta força do Estado? Já no comentário que escrevi no último domingo falava que dava com certa a derrota contra o Palmeiras, e que apenas o imponderável futebol clube poderia mudar a história. Mas como um dia a moeda caiu em pé e somos torcedores do time da fé, nada a se duvidar.
Pois o imponderável não prevaleceu, a moeda não caiu em pé e nós, como o previsto, perdemos. Aliás, tomamos um verdadeiro passeio no primeiro tempo. Por mais que o time tentasse marcar pressão a saída de bola do Palmeiras, o quadro era tão frágil que sequer incomodou a defesa verde, que saiu como quis para o jogo. Fez 2 a 0 e poderia ter feito mais, não fosse o goleiro Jean que apareceu muito bem em duas oportunidades.
Dorival ousou e trocou três no intervalo. Se pudesse trocar oito o faria, não tenho dúvida nenhuma. Talvez fosse difícil encontrar quem entrar, mas seria muito fácil escolher quem sair. No entanto, não posso tirar a culpa do treineiro pelo que vimos em campo.
Cueva ficou plantado do lado do campo. Claro, não jogou. Brenner ficou enfiado entre os beques. Claro, não recebeu bola. Marcos Guilherme ficou marcando as descidas de Vitor Luis. Claro, um a menos na frente. Valdivia, esse sim, se movimentou, mas não encontrou ninguém para jogar com ele. Na defesa, o circo dos horrores. Militão fez a pior partida de sua história; Rodrigo Caio perdeu todas, absolutamente todas, para Borja. Edimar, é aquilo que conhecemos. E Arboleda, que até tentou não comprometer no primeiro tempo, entrou na sintonia dos companheiros e foi uma verdadeira água no segundo.
As substituições de Dorival deixaram o São Paulo exposto. Mas ele segurou um pouco Shaylon, que fez papel de segundo volante, recuando Petros, e mandou o resto para a frente. Trellez até acertou o travessão. Mas isso foi tudo o que o São Paulo fez no jogo, pois por mais que tivesse melhorado no segundo tempo, não exigiu uma única defesa do goleiro do Palmeiras.
É impressionante o apequenamento do São Paulo. Assisto alguns jogos do Corinthians em Itaquera, do Palmeiras na Arena, e vejo os adversários dando um pouco mais de trabalho do que nós damos. O Mirassol perdeu na quarta-feira, mas o gol saiu na bacia das almas. O São Caetano ganhou dentro da Arena. E não me interessa se era time reserva ou não. Nós vamos com o titular e tomamos baile, seja em que Arena for.
Então esse ano foi assim: fomos em Itaquera, o Corinthians aproveitou da presença do público, fez pressão e ganhou do São Paulo. Jogamos na Arena Palestra, o Palmeiras aproveitou a presença do público, fez pressão e ganhou do São Paulo. Jogamos no Morumbi, prontos para aproveitar a presença de grande público e fazer pressão e perdemos do Santos. Repito: somos a quarta força do Estado. E só não estamos em pior situação porque a Portuguesa praticamente inexiste no mundo do futebol.
Estamos classificados para as quartas de final. Não por nossos méritos, mas porque nosso grupo é o mais fraco de todos. A Ponte foi mais incompetente ainda, empatou com o RBB e não pode mais nos alcançar. Mas podemos ficar em segundo. Para isso, basta não ganharmos domingo e o São Caetano vencer. Convenhamos, será uma vergonha.
Percebam que não ganhamos uma partida de times da série A este ano. Só estamos ganhando de times da série B para baixo. Por isso vitórias sobre o CSA, CRB, Linense e alguns outros. Já fico pensando o que nos reserva o Brasileiro.
Mas para Dorival está tudo bem. Afinal, perder clássicos não tem importância. Enquanto isso ele continua enganando a diretoria, Raí continua segurando o sujeito no cargo, Lugano e Leco se abraçam e apoiam e Ricardo Rocha fica uma voz solitária contra ele. Assim continuamos caminhando, de forma firme e sólida, rumo a mediocridade. Não com o sentido de “mediano”, mas o de grotesco e horroroso mesmo.