Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, durante o jogo desta quinta-feira, no Pacaembu, lá pelos 40 minutos do primeiro tempo, um amigo me perguntou: “Nosso técnico não seria aquele que era do Sub-20?”. Minha resposta foi rápida: “Esse é fake”.
Cadê o Jardine que ganhou tudo com o Sub-20, que fazia um time jogar bonito, permitia que nós, leigos, entendêssemos a tática montada, e sobrava nos torneios? Cadê o técnico prodígio, que muitos aqui mesmo no Tricolornaweb pediam para ser fixado como técnico do profissional, que em entrevista após um jogo no Morumbi, ainda como interino, batia no peito e bradava que se achava em condição de comandar a locomotiva?
Sei que estamos na pré-temporada, eu mesmo tenho tratado o Paulista como tal. Mas esse período está acabando: resta apenas uma partida, domingo, contra o São Bento. Quarta-feira que vem a cobra vai fumar. E se não souber domar, o ano estará perdido, em pleno mês de fevereiro.
Vi um post do Sombra, comandante do Estádio 97 e nosso colunista, onde ele diz que “se o ano do São Paulo for a Libertadores, o planejamento, incluindo escolha do treinador, foi errada. Se o objetivo é a longo prazo, a derrota e o mau futebol ainda são aceitáveis. Ainda.” Perfeito. Corroboro da mesma opinião. Mas confesso que a essa altura do campeonato, já iniciando o mês de fevereiro, levando-se em conta que o elenco se apresentou em 03 de janeiro, então com um mês de treinamentos e seis jogos realizados, o balanço é muito ruim: duas vitórias e quatro derrotas. Isso, num campeonato por pontos corridos, nos colocaria na zona de rebaixamento.
E notem: podem criticar a diretoria, seja lá o que for, mas garanto que o elenco do São Paulo deste ano é muito melhor do que o de 2018. Digo mais: do time titular, ou que se imagina como o principal, todos, eu disse todos seriam titulares em outras equipes grandes. Portanto o erro está no banco, não no campo.
Contra o Santos sofremos um gol de cabeça, onde Arboleda e Bruno Alves não se entenderam e Thiago Volpi não saiu para cortar a bola na pequena área. Contra o Guarani tomamos um gol de cabeça, onde Arboleda e Anderson Martins marcavam seus jogadores, mas Liziero, a quem caberia acompanhar quem vinha de trás, falhou. Ou seja: bola aérea em nossa área está virando um tormento. Só quero lembrar que o futebol argentino trabalha muito com esse tipo de jogada. E andei vendo alguns lances do Talleres, é um time que joga fechado e quando desce, sempre o faz pelas laterais com bolas alçadas para a área.
Voltando ao jogo desta quinta-feira, verdade seja dita: Jardine mostrou que é muito ofensivo. Enquanto outros técnicos terminariam com dois volantes, mudando apenas as peças da frente, ele terminou com um zagueiro e um volante. O São Paulo massacrou o Guarani. O goleiro deles foi o melhor em campo, fazendo ao menos cinco defesas impressionantes. Isso tudo pode até amenizar a derrota, mas fica a pecha de um técnico que tentou de tudo, mas parou na armadilha do Osmar Los, aquele que quase rebaixou o time lá de Itaquera.
Talvez o erro tenha sido colocar laterais funcionando como meias, pois Bruno Peres e Reinaldo entravam em diagonal, não auxiliavam Helinho e Everton. Talvez o erro tenha sido fazer de Arboleda o armador e elemento surpresa. Sim, em dois momentos a bola foi atravessada de um lado a outro, dentro da área, e foi ele quem aparece para, atabalhoadamente, perder o gol. Talvez o erro tenha sido fazer de Pablo um meia, porque Diego Souza quer ser centro-avante. Não tivemos nem um, nem outro.
Enfim, quando se imaginava que ontem teríamos em campo, finalmente, o time que vai jogar na quarta-feira que vem, para que eles possam folgar no domingo, não tivemos. E não sabemos qual é esse time.
A pré-temporada está acabando. Domingo é o último teste. Que Deus nos ajude.