Sete chaves do clássico que explicam o massacre do Palmeiras sobre o SP

O Palmeiras venceu, com autoridade, seu primeiro clássico em mais de um ano. Com isso, jogou o São Paulo na crise. Após a vitória alviverde por 3 a 0 nesta quarta-feira, o clube do Morumbi amarga três derrotas em quatro clássicos em 2015 – sem nenhum gol marcado, e com duas atuações (incluindo esta última) nas quais sequer chegou a ameaçar os rivais.

Foi um jogo atípico, cheio de falhas individuais. É impossível, porém, ignorar os méritos do Palmeiras, que soube aproveitar cada uma delas. Tanto taticamente como individualmente, o alviverde foi irrepreensível; a explicação para o rolo compressor passado sobre o adversário está nos chaves encontradas para a vitória.

1. As falhas de Rogério Ceni

Logo aos dois minutos de jogo, Rogério Ceni falhou duplamente. Primeiro, ao errar na reposição de bola e entregá-la no peito de Robinho; depois, ao retornar lentamente para o gol, sem que parecesse acreditar em uma improvável finalização de longa distância. O resultado foi o gol antológico no Allianz Parque que, aos três minutos de jogo, desestabilizou completamente o time do São Paulo.

2. A precisão de Robinho

Com falha ou sem falha, a finalização de Robinho, quase do meio de campo, foi de um grau de dificuldade altíssimo. O ângulo certo, na hora certa, na jogada certa abriu caminho, em grande estilo, para o massacre que se seguiu depois.

3. Desequilibrio emocional do São Paulo

O time comandado por Muricy Ramalho reagiu mal à adversidade, em vários momentos diferentes da partida. O mais crucial deles envolveu Rafael Toloi, expulso infantilmente aos seis minutos do primeiro tempo por chutar Dudu – os são-paulinos reclamaram que o atacante palmeirense também merecia o cartão vermelho, algo rebatido pelo próprio Muricy mais tarde. Toloi não foi, porém, o único: Pato se irritou ao ser substituído; Michel Bastos, e depois Ganso discutiram rispidamente com Muricy. Na segunda etapa, o camisa 7 seguiu o caminho do zagueiro, e também foi para o chuveiro mais cedo depois de entrada dura em Zé Roberto.

4. A arbitragem

Mesmo com o aval de Muricy Ramalho, a arbitragem também teve influência no jogo. Rafael Toloi mereceu ser expulso porque revidou com um pontapé uma cotovelada de Dudu. A arbitragem viu a agressão do são-paulino, mas não do palmeirense. O cartão vermelho para Dudu, no entanto, não teria sido nada fora do normal. O lance desmontou completamente o time do São Paulo – o próprio treinador palmeirense Oswaldo de Oliveira admitiu, em entrevista coletiva, que foi determinante para a vitória.

5. Saber jogar com um homem a mais

Na mesma entrevista, Oswaldo frisou que costuma ensinar aos jogadores como se aproveitar de um jogador a mais em campo.  Foi exatamente o que o Palmeiras fez: em diversos momentos, quando o alviverde tinha a bola, Lucas ou Gabriel ficavam um pouco mais atrás, e Zé Roberto, além de avançar pela esquerda, também se deslocava para o meio, sobrecarregando a marcação do São Paulo. Com Dudu e Rafael Marques abertos, o time de Muricy não teve escolha a não ser se espalhar no gramado e ceder espaços aos rivais.

6. O lado esquerdo do Palmeiras. E Rafael Marques

Com um jogador a mais e cobertura adequada, Zé Roberto e Dudu causaram um verdadeiro pandêmonio no lado esquerdo do ataque palmeirense. A dupla funcionou ainda melhor porque do lado direito, aberto, havia Rafael Marques, um camisa 9 de origem. Especialista em finalização e posicionamento, Rafael aparecia sempre na segunda trave, nas bolas que não encontravam Cristaldo (depois Gabriel Jesus). Não à toa, marcou dois gols – um com cruzamento de Dudu, outro de Zé Roberto.

7. Alteração ineficaz

Após a expulsão de Toloi, Muricy optou por sacar Pato para a entrada de Edson Silva. O camisa 11 do São Paulo, porém, era quem mais se movimentava nos primeiros 20 minutos de jogo. Logo antes de ser substituído, o atacante tinha dado um pique, recuperado a bola no meio de campo e discutido com Cristaldo. Saiu irritado. Com Ganso letárgico e Kardec isolado, a equipe perdeu mobilidade. Os espaços, que já seriam escassos jogando com 10, desapareceram.

 

Fonte: Uol

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