Sem jogar, Maidana recebe apoio diário do elenco são-paulino

Em meio a todo o caos que se instalou no São Paulo devido à contratação do zagueiro Iago Maidana, culminando na renúncia do presidente Carlos Miguel Aidar e na possibilidade de o clube até ser rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, o jovem de 19 anos tenta se ambientar no CCT da Barra Funda. Para isso, recebe diariamente o apoio de seus companheiros no elenco do Tricolor.

Contratado inicialmente para integrar as categorias de base no CFA de Cotia, ele nem sequer foi encaminhado para o local de treinamentos localizado na Grande São Paulo. Desde a metade de setembro trabalhando com os profissionais, ele não fala muito durante as atividades e tem sido blindado por todos para que o seu caso, julgado na segunda pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e a ser apreciado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A negociação foi intermediada pela empresa “Itaquerão Soccer”, que pagou R$ 800 mil ao Criciúma pelo jogador e, em seguida, o registrou no Monte Cristo, clube da terceira divisão goiana. Dois dias depois, o zagueiro teve 60% de seus direitos econômicos vendidos ao São Paulo por R$ 2 milhões – mais R$ 400 mil podem ser acrescidos ao montante caso o defensor atue em dez partidas pelo profissional. Uma “valorização” de quase 200% que chamou a atenção dos órgãos públicos.

“É um menino bom. Não tive muitas oportunidades de conversar com ele, mas não acho que ele tenha de ficar pensando muito nisso”, afirmou o atacante Alan Kardec, reconhecendo certa importância do restante dos atletas sobre a mente do companheiro. “São coisas que fogem do nosso comando. Não temos o que comentar”, analisou o avante.

O convívio que Maidana pode ter com os outros atletas se limita aos treinamentos. Desde que chegou, ele não foi relacionado para nem um jogo dos tricolores, mesmo em momentos como o começo deste mês, quando Lucão, Rodrigo Caio (convocados para a Seleção Olímpica) e Luiz Eduardo (machucado) não podiam ser escalados.

Nas atividades, costuma bater bola com os atletas de idade parecida, como Lyanco (18 anos) e Jeferson (19 anos). O primeiro, aliás, é seu parceiro mais usual de zaga e aparenta ter bastante proximidade com o ex-Criciúma/Monte Cristo, sempre brincando de embaixadinhas e tentando lançamentos longos um para o outro no intervalo dos treinamentos. A vontade de ajudar na adaptação do atleta, porém, parte até dos mais experientes.

“Espero que ele não fique abalado com tudo isso que está acontecendo fora de campo. De todas as partes envolvidas no negócio, tenho certeza que ele é o que menos pode ser atingido por tudo isso. Espero que ele possa trabalhar normalmente e se preocupar em, dentro de campo, fazer o trabalho dele”, avaliou o goleiro Rogério Ceni.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*