São Paulo perde e está praticamente fora da Copa do Brasil

Faça chuva ou faça sol, a sina se mantém: falar em mata-mata entre São Paulo e Santos, desde 2000, é preciso se preparar para o mesmo desfecho. Nesta quarta-feira, fez muita, muita chuva no Morumbi. Água pra burro, capaz de derrubar a iluminação do estádio e de aumentar a previsibilidade que o histórico tem concedido: deu Peixe. De novo. Vitória por 3 a 1 e um pé na final da Copa do Brasil. O jogo de volta será na próxima quarta-feira, na Vila Belmiro, e o time da casa pode perder até por 2 a 0 que avança. Vantagem fruto de uma noite com roteiro digno de cinema.

Com um minuto de jogo, não havia luz no estádio. O sistema de iluminação do Morumbi sofreu uma queda de energia e o estádio ficou às escuras. Um apagão que proporcionou uma linda imagem protagonizada pelos celulares de quem estava na arquibancada. E assustou os são-paulinos mais pessimistas: o time sofreria um outro apagão contra o Santos? Sofreria.

Demorou um pouco, é verdade. A iluminação precisou de cerca de 25 minutos para ser restabelecida. E O São Paulo voltou com tudo. Pressionou o Santos durante os dez primeiros minutos e criou duas chances, com Luis Fabiano e Lucão. O Peixe, encolhido, nem parecia aquele time de DNA ofensivo. Mas calma lá…

Aos 14 minutos, veio o duro golpe. O zagueiro Luiz Eduardo sofreu um apagão na cobertura da defesa e permitiu a Gabriel entrar na cara de Ceni. O garoto santista de 19 anos bateu com categoria e marcou seu 14º gol na Copa do Brasil, em três edições. Superou Neymar e virou o maior artilheiro da história do clube na competição. Duro golpe!

A partir daí, o Morumbi presenciou um dilúvio. Choveu quase sem intervalo até o fim da partida. O contato físico passou a ser mais constante. As torcidas se inflamaram. o São Paulo reagiu. Pato marcou lindo gol aos 25 minutos, dominando no peito e batendo de primeira. O Tricolor foi para o intervalo jogando melhor. Ganso ainda perdeu gol na cara. O mais otimista deve ter pensado: é hoje? Não!

O Santos voltou do intervalo implacável. Foi o Peixe dentro d’água. O São Paulo começou com a bola, mas antes do primeiro minuto ela já estava com o adversário, que foi fatal. Após cobrança de escanteio de Lucas Lima e bate e rebate na área, Ricardo Oliveira aproveitou e marcou. Foi o terceiro gol sofrido pelo Tricolor oriundo de cobrança de escanteio no terceiro jogo do técnico Doriva. Com Juan Carlos Osorio, seu antecessor, o time tomou um em 28 jogos.

Aos quatro minutos, virou baile. Lucas Lima, que até então era discreto, encontrou a cabeça do baixinho Marquinhos Gabriel, que superou Lucão e ampliou: 3 a 1. O mar estava para Peixe. Quer dizer, no Morumbi, em jogo de mata-mata, o mar parece sempre estar para Peixe.

O gol abalou o São Paulo e a torcida, evidentemente. Doriva, que chama Dorival, como o técnico do Santos, tentou Alan Kardec no lugar do apagado Michel Bastos. Foi ineficaz. O máximo que fez o Tricolor foi um gol de Luis Fabiano anulado pelo bandeirinha, com alegação de impedimento. Ficou tranquilo para o Peixe. Para a torcida, era como ir ao cinema.

Foram dois roteiros, um para cada torcida, além de um em comum. Para o são-paulino, o de filme de terror, com apagão, relâmpago, escorregão de Rogério Ceni, gol do algoz Ricardo Oliveira. Para o santista, a comédia de abrir vantagem naquela que pode ser a sétima eliminação seguida imposta ao rival. E para ambos, aquele clássico de volta para o futu… Ops, passado. Passado, presente e futuro que parece ser todo do Santos.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO 1 X 3 SANTOS

Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data/Hora: 21/10/2015 – 22h
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Auxiliares: Rogerio Pablos Zanardo (SP) e Carlos Augusto Nogueira Junior (SP)

Renda/Público total: R$1.500.367,00/26.434
Cartões Amarelos: Luis Fabiano, Lucão, Centurión e Thiago Mendes (SAO)
Cartões Vermelhos:
GOLS: Gabriel, 14’/1ºT (0-1); Alexandre Pato, 25’/1ºT (1-1); Ricardo Oliveira, 1’/2ºT (1-2); Marquinhos Gabriel, 4’/2ºT (1-3)

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Bruno, Lucão, Luiz Eduardo (Centurión, 22’/2ºT) e Matheus Reis; Thiago Mendes, Rodrigo Caio e Paulo Henrique Ganso; Michel Bastos (Alan Kardec, 8’/2ºT), Alexandre Pato e Luis Fabiano. Técnico: Doriva

SANTOS: Vanderlei; Daniel Guedes, Werley, David Braz e Zeca; Thiago Maia, Renato, Marquinhos Gabriel (Neto Berola, 39’/2ºT) e Lucas Lima; Gabriel (Paulo Ricardo, 28’/2ºT) e Ricardo Oliveira (Gustavo Henrique, 43’/2ºT). Técnico: Dorival Júnior

 

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