Rivais têm seguranças vira-casacas e chapéus sem mesma fama de Dudu

Não são apenas as histórias de Alan Kardec e Wesley, por parte do São Paulo, e do palmeirense Dudu que apimentam a rivalidade do clássico desta quarta-feira, no Palestra Itália. Os dois lados contam com outros episódios menos conhecidos em que houve disputa pela mesma contratação, além de funcionários e jogadores que já trabalharam (ou estiveram perto de trabalhar) pelo clube rival no passado.

Se os meio-campistas Daniel e Thiago Mendes e o atacante Cafu engrossam a lista de atletas que eram pretendidos pelo Palmeiras e acabaram no São Paulo neste ano, a equipe comandada por Oswaldo de Oliveira (que também foi treinador no Morumbi, entre 2002 e 2003) terá em breve o reforço de Cleiton Xavier, jogador que era de interesse do São Paulo, mas foi vetado por Muricy Ramalho (técnico palmeirense entre 2009 e 2010) em razão de terem o mesmo empresário.

Entre os casos listados abaixo, a maioria estará no estádio a partir de 22 horas (de Brasília) desta quarta-feira, quando Palmeiras e São Paulo voltam a se enfrentar no Palestra depois de mais de quatro anos, período em que o local ficou fechado para passar por modernização.

Reprodução/Facebook

TKS (atualmente no Palmeiras) e Marcão (há muito tempo no São Paulo) já foram seguranças dos dois clubes

TKS E MARCÃO
Evaldo Querino, mais conhecido pelo apelido TKS, foi funcionário do São Paulo durante muitos anos. Trabalhou inicialmente no CT da Barra Funda e, mais tarde, tornou-se segurança particular de Juvenal Juvêncio, presidente do clube até abril de 2014. Pouco depois de seu ex-chefe ser tirado da diretoria pelo novo mandatário, Carlos Miguel Aidar, o lutador de jiu-jitsu também deixou o clube. Hoje em dia, é vigilante na sede social do Palmeiras.

Já Marcos Roberto fez caminho contrário. O ex-lutador de boxe virou segurança do Palmeiras após chamar atenção de um diretor do clube por seu trabalho em boates da capital paulista. Quatro anos depois, passou a trabalhar no São Paulo, onde está há quase duas décadas. Marcão, como é conhecido pelos jogadores, viajou com o time por diversos países e é atualmente o chefe de segurança do clube, atuando tanto em treinos quanto em jogos.

MICHEL BASTOS
Antes de fechar com o São Paulo, em agosto de 2014, o meia foi oferecido ao rival. Mas, após passagens apagadas por Al Ain (Emirados Árabes) e Roma, ele não gostou da proposta do Palmeiras, que vinha tentado enxugar gastos com contratos sem custo e de produtividade. Acabou optando por jogar no time treinado por Muricy Ramalho, com vínculo até o final de 2015.

“Mostraram interesse, sim, como alguns outros times também, mas não foi uma coisa que a gente levou adiante”, desconversou o jogador, no último domingo, depois de vitória sobre o Marília, no Morumbi. O jogador de 31 anos pleiteia renovação e teve uma de suas melhores atuações com a camisa tricolor justamente em vitória sobre o Palmeiras, no Morumbi, em novembro passado, pelo Campeonato Brasileiro.

PAULO MIRANDA
Profissionalizado pelo Iraty, o zagueiro foi contratado pela Traffic (fundo de investimentos que foi parceiro do Palmeiras) e repassado ao time alviverde sub-20, em 2008. Fez bom papel na base e estreou na equipe de cima no mesmo ano, sob comando de Vanderlei Luxemburgo, em derrota para o Argentinos Juniors, pela Copa Sul-americana, no Palestra Itália, estádio que voltará a visitar nesta quarta-feira.

Foi treinado também por Muricy Ramalho antes de encerrar sua passagem em 2009, ano em que defendeu o Oeste, de Itápolis. Em seguida, atuou pelo Bahia no Campeonato Brasileiro e chamou atenção do São Paulo. Entre altos e baixos no Morumbi, chegou a ser afastado pela diretoria, mas ganhou nova chance. Atualmente, o coringa de 26 anos é reserva, mas recebe chances principalmente como lateral direito.

Montagem sobre fotos Gazeta Press e Divulgação

Paulo Miranda e Jackson começaram na base; Zé Roberto usou Reffis e quase acertou com São Paulo

JACKSON
O final de seu trabalho de base foi feito em Cotia, no CT de equipes inferiores do São Paulo, onde começou em 2007. Dois anos depois, disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior ao lado de nomes como Oscar, Casemiro, Wellington e Lucas (ainda Marcelinho). Na mesma temporada, conquistou a Dallas Cup, nos Estados Unidos, com um elenco que tinha Léo (atualmente terceira opção na linha sucessória de Rogério Ceni) entre os goleiros.

Em 2011, depois de já ter sido emprestado para Ituano, foi testado por Paulo César Carpegiani com os profissionais na Barra Funda, mas não ficou. De lá, saiu para defender também Criciúma, Capivariano e Internacional antes de ser emprestado pelo clube gaúcho ao Palmeiras. “Sou muito grato ao São Paulo por tudo que passei e vivenciei. Cresci muito como homem e atleta lá”, lembrou o zagueiro de 24 anos, em sua apresentação com a camisa alviverde.

VITOR HUGO
Titular da equipe de Oswaldo de Oliveira, ao contrário de Jackson, Vitor Hugo foi monitorado pelo São Paulo no primeiro semestre da temporada passada. Seu nome foi indicado à comissão técnica de Muricy Ramalho pelo vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro. Seria o zagueiro canhoto pretendido pelo treinador, mas deu azar em algumas partidas pelo América-MG e levou a diretoria a desistir de contratá-lo.

“Estávamos em uma viagem, vendo o jogo do América-MG, ele fez um gol contra e quase fez outro. Estragou meus planos. Mas é um cara muito bom. O Palmeiras acertou em contratá-lo. Será um grande jogador”, contou o dirigente, recentemente. A alternativa encontrada pelo São Paulo para reforçar o lado esquerdo da defesa foi buscar Dória, por empréstimo, no Olympique de Marselha.

EDSON SILVA
Único zagueiro canhoto no elenco tricolor antes de Dória, Edson Silva é outro que quase se acertou com o Palmeiras antes de ir para o São Paulo. A negociação se deu em 2011. Então no Figueirense, o defensor considerou baixa a proposta alviverde e a descartou, mesmo depois de seu empresário ter dado o acerto como próximo.

“Estava tudo bem encaminhado com o Palmeiras quando apareceu o São Paulo. Aí pensamos: ‘opa, vamos ver bem para não darmos um chute errado’. E optamos pelo São Paulo”, comentou o jogador, no início do ano seguinte, quando foi apresentado pela diretoria. Na ocasião, jurou ter recebido ofertas também de Santos e Corinthians.

ZÉ ROBERTO
Um dos principais reforços do Palmeiras nesta temporada, Zé Roberto esteve próximo de vestir a camisa do São Paulo, em 2006, quando ainda tinha 32 anos. O volante – usado hoje em dia mais como lateral esquerdo – vestiu apenas a camisa do Reffis, assim que foi submetido a uma artroscopia no joelho esquerdo, na capital paulista.

Depois de utilizar a estrutura são-paulina para se recuperar e até dar preferência ao clube caso resolvesse voltar ao futebol brasileiro, ele recusou a proposta para continuar e optou pelo Santos. Três anos mais tarde, já como jogador do Hamburgo, Zé Roberto voltou ao CT da Barra Funda para, ao lado de Luis Fabiano (que ainda estava no Sevilla e havia sofrido entorse no tornozelo direito), fazer fisioterapia depois de passar por cirurgia no tornozelo esquerdo.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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