Para diretoria, Aurélio Miguel é culpado por alagamento do clube

A tempestade que atingiu a capital paulista na tarde da última quinta-feira danificou piscinas, um restaurante recém-reformado e uma sala de fisioterapia, além de outros setores que ainda estão sendo listados da sede do São Paulo Futebol Clube. Tudo isso causou um prejuízo até agora incalculável e uma interdição do local ainda sem previsão para acabar.

Mas, para o assessor da presidência do clube, José Francisco Manssur, há outros culpados além de São Pedro pelos prejuízos que amarga o Tricolor: o governo do Estado de São Paulo, a prefeitura da capital e o vereador Aurélio Miguel (PR), que também é conselheiro do São Paulo.

Segundo ele, a falta de obras contra enchentes, como piscinões e canalização de um córrego, tornaram o alagamento do clube possível. “Todos os que ficaram impressionados com as imagens de destruição da área social do São Paulo Futebol Clube devem saber que, como acontece em diversos outros pontos da Região Metropolitana, afetando casas, carros e pessoas, essa tragédia também é de absoluta responsabilidade das últimas gestões da Prefeitura de São Paulo, do Governo do Estado e de outros entes do Poder Público”, diz o assessor, em nota.

Além disso, segundo Manssur, o vereador Aurélio Miguel teria lutado contra a implantação da Linha 17-Ouro do Metrô na região do Morumbi, o que também teria prejudicado as condições urbanas da área atingida pela enchente. “Para nossa vergonha, temos no São Paulo Futebol Clube um grupo – absolutamente minoritário – liderado pelo Conselheiro (vejam Vocês!) e Vereador Aurélio Miguel e seu grupelho de quatro ou cinco outros conselheiros (a maioria empregada em seu gabinete) que lutou com todas as forças para que o Projeto da Linha 17 OURO não fosse implementado”.

Também na sexta-feira, horas antes da manifestação de Manssur, o vice-presidente de futebol do clube, João Paulo de Jesus Lopes, já dera declarações sobre o assunto, acusando a prefeitura de ser a grande culpada pelo transtorno.

UOL Esporte tentou encontrar em contato com a prefeitura e o governo de São Paulo na noite da última sexta-feira, mas não conseguiu encontrar ninguém que pudesse falar sobre o assunto até a publicação desta reportagem. Já a assessoria de imprensa de Aurélio Miguel afirmou, por meio de comunicado, que as declarações de Manssur são “irresponsáveis e oportunistas”.

“Uma das primeiras medidas do vereador Aurélio Miguel em seu início de mandato, em 2005, foi solicitar à Prefeitura de São Paulo a construção de um piscinão entre o Colégio Porto Seguro e o Morumbi, além da canalização do Córrego Antonico. O vereador também votou favorável quanto a continuação da Avenida Perimetral,que inclua a construção de um piscinão e de uma nova galeria do corrego Antonico, cobrado inclusive em plenário. Em relação ao monotrilho, que fazia parte do plano do estádio do Morumbi para a Copa do Mundo e de responsabilidade do governo estadual, o vereador Aurélio Miguel se manifestou contrariamente, por entender que o adequado para a região era o metrô subterrâneo”, afirmou o comunicado.

Leia abaixo a íntegra da nota de José Francisco Manssur.

“Todos os que ficaram impressionados com as imagens de destruição da área social do São Paulo Futebol Clube devem saber que, como acontece em diversos outros pontos da Região Metropolitana, afetando casas, carros e pessoas, essa tragédia também é de absoluta responsabilidade das últimas gestões da Prefeitura de São Paulo, do Governo do Estado e de outros entes do Poder Público.

Há anos o São Paulo Futebol Clube luta pela realização de obras que contemplariam a canalização do Córrego do Antonico e a construção de dois Piscinões na Praça Roberto Gomes Pedrosa, resolvendo o problema não só em prol do Clube, mas de toda região. Enfrentamos, como de resto toda a população, a incompetência dos governantes em realizar as obras prioritárias com a velocidade e eficiências necessárias.

Como nós, a população inteira sofre as conseqüências, muitas vezes em gravidade muito maior do que a aquilo que ocorreu em nossa Sede. No nosso caso, porém, enfrentamos, ainda, os sentimentos mais baixos de governantes torcedores – cercados por seus secretários e assessores nessa mesma condição – que não conseguem perceber que uma obra como essa, que beneficia todo um bairro densamente povoado não é assunto para ser tratado com o ranço da rivalidade entre times de futebol.

E pior ainda, para nossa vergonha, temos no São Paulo Futebol Clube um grupo – absolutamente minoritário – liderado pelo Conselheiro (vejam Vocês!) e Vereador Aurélio Miguel e seu grupelho de quatro ou cinco outros conselheiros (a maioria empregada em seu gabinete) que lutou com todas as forças para que o Projeto da Linha-17 Ouro não fosse implementado, obstruindo votações na Câmara Municipal, organizando manifestações contra a obra que, além de beneficiar o trânsito caótico da Região, também iria contemplar a construção da canalização e dos Piscinões. Ele e seus agregados devem carregar sob suas costas o ônus do atraso da obra – que vai sair, porque a obstrução desleal nunca vence a força das boas iniciativas – mas, agora, não mais a tempo de evitar a tragédia que se abateu não sobre a sede social do São Paulo, mas também sobre as casas dos moradores, além de atingir instituições importantes do bairro do Morumbi, como os colégios Porto Seguro e Miguel de Cervantes.”

Fonte: Uol

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