Clássico contra o Palmeiras pode ser divisor de águas para o São Paulo

Mais que um clássico, o São Paulo terá um verdadeiro divisor de águas nesta quarta-feira, quando entrar em campo para enfrentar o Palmeiras no palestra Itália. Se o Choque-Rei tem a equipe alviverde apenas com a pressão natural de conseguir um bom resultado contra um rival histórico e para se manter tranquilo na liderança do Campeonato Brasileiro, o Tricolor carrega uma pressão que envolve toda uma crise interna, política e de resultados na temporada, além da animosidade com seus torcedores.

Ciente de que o momento é delicado, Ricardo Gomes decidiu isolar o grupo são-paulino depois do elenco passar por uma experiência aterrorizante com a invasão de torcedores durante um treinamento no CT da Barra Funda, no último sábado. Na segunda, o técnico teve até de dar depoimento na Polícia Civil em meio a preparação para o clássico.

Após o empate com o Coritiba sem gols em casa, o medo com a aproximação da zona de rebaixamento bateu no São Paulo. Foram nove dias de muito trabalho para que erros fossem corrigidos em campo, mas que, principalmente, o clima dentro do clube ficasse alheio aos atletas, que passaram a adotar um discurso de preocupação com a situação do time tanto no Campeonato Brasileiro quanto na Copa do Brasil.

Desta forma, uma nova derrota para o Palmeiras no Palestra Itália cairia como uma bomba de efeitos incalculáveis dentro do São Paulo. A falta de confiança aumentaria ainda mais, a briga para não entrar no Z-4 passaria a ser incontestável e a reação dos torcedores causaria ainda mais insegurança a todo o departamento de futebol.

O eventual revés também poderia marcar a perda de espaço de alguns atletas do elenco. Michel Bastos, sempre alvo da fúria das organizadas, e Kelvin, que não marca gol há cinco meses, são alguns deles. A chegada de reforços também pode culminar em uma nova cara a equipe. O clube está muito próximo de anunciar o meia Jean Carlos, do Vila Nova-GO, os atacantes Robson, do Paraná Clube, e Rildo, do Corinthians. Marquinhos, do Internacional, também negocia sua transferência.

Por outro lado, uma vitória no Palestra Itália seria revigorante e o melhor remédio para amenizar a crise. Bater o rival, que também é líder, fora de casa, com tantos desfalques e diante de tanta pressão, pode ser o divisor de águas que todos esperam dentro do clube. Os três pontos colocariam o time em uma situação mais confortável na tabela, motivaria a equipe a buscar uma virada na Copa do Brasil e traria um pouco de paz para Ricardo Gomes dar sequência ao seu trabalho.

A verdade é que o Choque-Rei desta quarta tem tudo para ser um grande clássico, tenso e com muito mais que três pontos em jogo. O São Paulo sabe que terá de encarar o duelo pela 23ª rodada como se fosse uma decisão, até porque domingo o desafio é contra o Figueirense, no Morumbi. O time de Santa Catarina é visto por muitos como um rival direto nessa briga da parte de baixo da tabela.

 

Fonte: Gazeta  Esportiva

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