Bauza já indica que São Paulo será muito mais defensivo do que com Osorio

O argentino Edgardo Bauza, 57, assinou contrato e foi apresentado como novo treinador do São Paulo na quarta-feira (23), e já deu indícios de qual estilo de futebol praticará no clube em 2016. Apesar de ser próximo e manter conversas com o colombiano Juan Carlos Osorio, que se marcou em 2015 no Morumbi pelo estilo totalmente ofensivo, Bauza deverá fazer quase o oposto: time “equilibrado”, como ele mesmo diz, e construído a partir de uma defesa sólida.

O “Patón”, como pede para ser chamado – “se me chamam de Edgardo na rua eu nem ouço” –, diz que tem conversado e manterá contato frequente com Osorio, com quem tira dúvidas sobre o elenco são-paulino e o futebol brasileiro. Ressalta, porém, que discorda de algumas opiniões do amigo sobre futebol. “Eu tomei um café e falei muito de futebol com ele. Ele tem um conceito de verticalidade que eu opino outra coisa. Mas esse é o bom desse esporte”, disse o argentino, no CT da Barra Funda.

Veja alguns tópicos apresentados pelo treinador em sua apresentação oficial que mostram o estilo sólido que pretende adotar.

Defende com 11, ataca com 11

A palavra que Bauza usa é equilíbrio. “Quando se fala de equilíbrio, fala de tudo. O que eu quero, se uma equipe quer ser a melhor, tem que defender bem”, disse o argentino, ao ser questionado sobre qual seria sua abordagem. Ele fez questão de dizer que sua proposta não é uma loucura futebolística.

“Não é uma ideia louca, é apenas o futebol que se joga hoje. Dinâmica, velocidade e técnica são imprescindíveis. Se querem me chamar de defensivo porque defendo com 11, então sou defensivo. Mas quando temos a bola os 11 atacam. Isso é o equilíbrio que falo, e acho que o São Paulo tem elenco para fazer isso”, falou, na sequência.

Equilibrar o desequilíbrio

O argentino que baseia o estilo de jogo no equilíbrio tático afirma que o São Paulo de 2015 foi desequilibrado. E é a partir daí que tentará arrumar a equipe para a Copa Libertadores de 2016, que, para o clube, começará já na primeira fase, contra o Cesar Vallejo, do Peru, no início de fevereiro.

“Vi sete partidas. O que vi em alguns dos jogos é um desequilíbrio que levou o time a perder partidas com resultados que não são habituais. Em todos os esportes, quando há desequilíbrio pode acontecer isso. Vamos lutar para encontrar uma organização que permita ao time chegar aos objetivos”, disse.

As diferenças para Osorio

“A metodologia de trabalho é diferente, porque o time do Osorio é mais vertical. Eu gosto de trabalhar mais a jogada, mas o trabalho em si é parecido. Ele tem um conceito de verticalidade que eu opino outra coisa. Mas esse é o bom desse esporte. Não há uma verdade certa, nem a dele nem a minha”, disse Bauza. Para o argentino, as transições são mais demoradas: o time não é tão rápido e tem mais cuidado para chegar ao gol adversário.

Mais Mourinho que Guardiola

Questionado de qual treinador absorve mais características, se do português José Mourinho ou do espanhol Pep Guardiola, Bauza disse se colocar “no meio” entre os dois, mas mostrou mais identificação com o estilo de Mourinho. “Gosto de coisas de Guardiola, mas gosto de muitas coisas de Mourinho. Suas equipes são equilibradas e eficientes. De Guardiola o que eu gosto é como suas equipes têm a bola e como ele faz disso uma arma muito importante”, falou.

Como apontado pelo Blog do Menon, Bauza enxerga o futebol predominantemente como o domínio do espaço e não necessariamente como o domínio da bola. José Mourinho durante anos – agora, demitido do Chelsea, nem tanto – ostentou o posto de mestre no domínio do espaço, sem a bola, enquanto Guardiola revolucionou o futebol ao reconstruir um modelo baseado propor o jogo tendo a posse de bola.

Reforços: necessários, mas poucos e precisos

“Nunca me disseram que teria muito dinheiro para contratar. Não me enganaram”. A frase de Bauza no CT da Barra Funda, aos risos, é um contraste em relação à crítica pública de Juan Carlos Osorio ao ex-presidente Carlos Miguel Aidar. Semanas depois de assumir o time e ver a diretoria vender três jogadores titulares, o colombiano disse que não havia sido informado sobre os problemas financeiros do clube.

Patón diz que precisa de reforços em todos os setores do campo, mas assume que precisará trabalhar muito para escolher as peças, uma vez que o São Paulo não tem dinheiro para se reformular e deverá contratar dois ou três reforços, segundo ele. “A ideia primária é reforçar as três áreas: defesa, meio de campo e ataque. Mas não tem nomes específicos. Temos que tentar não cometer erros, porque acho que não podemos contratar muitos jogadores. Então os dois ou três que puderem ser contratados têm que ajudar muito”, avaliou.

 

Fonte: Uol

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