A urgência de renovar o elenco que disputará a Copa Libertadores de 2016 fez o São Paulo abrir mão das próprias convicções e ouvir as indicações do técnico argentino Edgardo Bauza para montar sua lista de reforços. Os boatos envolvendo nomes de jogadores estrangeiros apontam para uma radical mudança no posicionamento da diretoria no mercado de transferências. Nos bastidores, a impressão é de que o fracasso da passagem de Ricardo Gareca pelo rival Palmeiras já não assusta mais os dirigentes tricolores.

O argentino Gareca chegou ao Verdão durante a disputa do Brasileirão de 2014 e solicitou a contratação de quatro conterrâneos para a equipe: Tobio, Mouche, Allione e Cristaldo. Sem obter bons resultados, o técnico foi demitido após 13 jogos e deixou os atletas de herança no clube. Com exceção de Cristaldo, os reforços tiveram passagem apagada pelo Palestra Itália e deverão ser negociados assim que houver uma oportunidade. Tobio, inclusive, está emprestado ao Boca Juniors, enquanto Mouche e Allione aguardam propostas do exterior.

No São Paulo, a imagem negativa deixada por Gareca fez a diretoria frear qualquer indicação do colombiano Juan Carlos Osorio. O treinador havia firmado um pacto com a gestão do então presidente Carlos Miguel Aidar que se manteria afastado do mercado de transferências para não criar indisposições com os dirigentes nem com o elenco. O compromisso, apalavrado com o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro, só foi rompido na transação envolvendo o atacante Wilder Guisao. O Tricolor se desfez de oito jogadores por conta de problemas financeiros e foi obrigado a atender uma reivindicação de Osorio para preencher as lacunas no setor ofensivo.

Assim como os argentinos do Verdão, Guisao não rendeu no Morumbi e deverá ser devolvido ao Toluca-MEX após o término de seu empréstimo. Mas o histórico negativo não parece preocupar o atual presidente, Carlos Augusto de Barros e Silva. A imprensa sul-americana apontou nos últimos dias o interesse de Bauza em contar com o lateral direito argentino Buffarini e o meia paraguaio Ortigoza, ambos jogadores de seu ex-clube, o San Lorenzo. O último alvo do Tricolor é o meia argentino Sánchez Niño, que está emprestado ao Estudiantes pelo Torino, da Itália.

Além de ouvir os conselhos de Bauza, a diretoria passará a lista de reforços brasileiros para o treinador analisar no final desse ano. Constam na relação os nomes do lateral esquerdo Renê, do Sport, e do atacante Kieza, do Bahia. Bauza também dará a palavra final sobre o retorno do ídolo Diego Lugano, que está com 35 anos e atua pelo Cerro Porteño, do Paraguai. A previsão da cúpula tricolor é de que até cinco jogadores sejam contratados para todos os setores da equipe, sendo que a defesa será a prioridade dos dirigentes.