Após reunião, São Paulo vê clima de incerteza e deve multar expulsos

O São Paulo ainda tenta digerir a crise exposta pela derrota por 3 a 0 para o Palmeiras na última quarta-feira, no Allianz Parque. Além da óbvia insatisfação, o cenário é de incerteza. Logo após a partida, na madrugada desta quinta-feira, o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro e o gerente executivo Gustavo Oliveira conversaram longamente no CT da Barra Funda. Não houve participação de jogadores, mas as medidas que serão tomadas para tentar reverter o quadro ainda são imprecisas.

A tendência é que o zagueiro Rafael Toloi e o meia Michel Bastos, expulsos no Choque-Rei, sejam multados. A punição ainda não foi confirmada, mas deve seguir à aplicada a Luis Fabiano no ano passado, pelo cartão vermelho recebido contra o Huachipato (CHI), na Sul-Americana do ano passado: ou seja, em 30% do salário.

Tudo deve ser exposto na reunião antes do treino desta quinta-feira, como prometido por Ataíde Gil Guerreiro. O dirigente não vai poupar o técnico Muricy Ramalho da enquadrada, bem como o elenco, mas nem cogita a possibilidade de demiti-lo. Ataíde, inclusive, deve se colocar à disposição do comandante na seguinte linha: o que ele pode fazer para ajudar o treinador a mudar o terrível cenário que assola o São Paulo no momento?

A insatisfação é de todos os lados. Enquanto a diretoria esperava mais do time até o momento por achar que deu a Muricy o que ele pediu, o técnico reclama da pressão desnecessária que foi colocado sobre o elenco. No começo do ano, Ataíde disse que o São Paulo tinha “o melhor elenco do país, sem sombra de dúvidas”. O presidente Carlos Miguel Aidar reforçou o cenário dizendo que “Muricy está devendo um título para a gente” e que passaria a cobrá-lo publicamente.

A análise da comissão técnica sobre o efeito desta postura é o seguinte: como os jogadores vão reagir, se sentirem culpados pela derrota, se a diretoria já transmitiu toda a responsabilidade para o treinador? Isso explicaria, por exemplo, porque o time alterna tanto entre reações e se mostra tão insolente durante as partidas.

Da parte dos jogadores, há desconfiança quanto às escolhas de Muricy. Ninguém reclama do ambiente, mas já não há mais total segurança no trabalho de campo do treinador. Quem não joga alega que o comandante prioriza os chamados “medalhões” como Ganso e Luis Fabiano. Muricy se defende dizendo que dá oportunidade para todos. Com relação à diretoria, também há queixas. Pessoas ligadas aos atletas apontam o seguinte questionamento: como a cúpula vai cobrar se não cumpre suas obrigações? Os atrasos de salário estão sendo recorrentes na atual administração.

Muita coisa pode mudar no São Paulo a partir desta quinta-feira. Embora o departamento de futebol queira evitar medidas drásticas, o cenário é propício para isso. E a necessidade do time de uma reviravolta no ano é latente. Sairá o Tricolor desta crise? Vale lembrar que, apesar de tudo, o time lidera seu grupo no Campeonato Paulista, já garantido nas quartas de final da competição, e é vice-líder de seu grupo na Libertadores, com boas chances de classificação à próxima fase.

Fonte: Lance

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