A decisão da Conmebol de dar ao Brasil mais duas vagas na Libertadores a partir de 2017, transformando o tradicional G-4 do Brasileirão em G-6, transformou a expectativa de muitos clubes. Levantamento feito pelo GloboEsporte.com sobre o top-6 histórico de 2006 – ano em que o campeonato passou a ter 20 clubes – até o ano passado ratifica essa expectativa e mostra que muita coisa pode acontecer nas últimas dez rodadas do campeonato.
Quando comparamos a classificação dos campeonatos na 28ª rodada (momento em que se encontra o Brasileirão atual) e a rodada final, a 38ª, percebemos que em sete das dez edições pesquisadas nenhum dos clubes que estavam em quinto e sexto lugar a dez jogos do fim seguiu nessas posições. No entanto, contando todos os seis primeiros colocados a essa altura, 77% deles mantiveram-se no G-6 até o fim. Os três primeiros colocados sempre chegariam à principal competição sul-americana, o que é uma boa notícia para Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG neste ano. O quarto perderia a vaga três vezes, o quinto por sete vezes e o sexto por quatro vezes. Santos, Fluminense e Atlético-PR, portanto, precisam ficar bem atentos.
Por outro lado, em sete vezes os times melhoraram na tabela, alcançaram o G-4 e conquistaram a vaga para a Libertadores nos moldes agora antigos. Houve até feitos maiores, como os dos campeões São Paulo (2008) e Flamengo (2009).
O feito do Flamengo no ano seguinte foi mais complicado, já que a diferença para o líder Palmeiras após 28 rodadas era de 10 pontos. No entanto, o Rubro-Negro saltou de 44 para 67 em dez rodadas e conquistou um título que parecia improvável. O Verdão, que tinha 54, só fez oito, parou em 62 e caiu para o quinto lugar.
Na atual edição do Brasileirão, um feito deste porte seria ainda mais complicado, já que o sexto colocado – o Atlético-PR, com 42 pontos – está a uma distância ainda mais dilatada de 15 pontos do líder Palmeiras, que soma 57.
Pontuação
Observada a pontuação do quinto e do sexto colocados dos últimos dez campeonatos, vemos que em metade deles o time que fechou o G-6 terminou com 59 pontos, exatamente o que aconteceu com o Sport no ano passado. No entanto, já houve marcas melhores e piores do que essa, com destaque para o Fluminense de 2014, melhor sexto colocado desde 2006, com 61 pontos. O Internacional, que obteve o posto em 2008, foi o menor pontuador nessa posição, com 54 pontos conquistados.
Para ser quinto, a necessidade é ligeiramente maior. Em metade dos campeonatos pesquisados, 60 pontos foram suficientes para assegurar essa posição. Em 2008, o Flamengo alcançou 64 e foi o melhor quinto da história dos pontos corridos com 20 clubes. Quatro anos depois, o Vasco só precisou de 58 para ficar no mesmo lugar da tabela.
Confira o G-6 das últimas dez edições do Campeonato Brasileiro, comparando a posição dos times após a 28ª rodada e ao fim de cada competição:
2006
Paraná se manteve em quinto; Cruzeiro caiu do sexto para o décimo lugar.
2007
Palmeiras era quinto e acabou em oitavo; Fluminense subiu de sexto para quarto.
2008
São Paulo deixou o quinto lugar e ganhou o campeonato; Coxa caiu de sexto para nono.
2009
Goiás caiu do quinto para o nono lugar; Flamengo saiu de sexto para o título.
2010
Atlético-PR subiu do sexto para o quinto lugar e seguiu no bloco; Inter despencou e foi de quinto a décimo.
2011
Bota deixou o G-6 e terminou na nona posição. Flu subiu do sexto para o terceiro lugar.
2012
Inter despencou: era sexto, virou décimo no fim; São Paulo subiu uma posição e ficou em quarto.
2013
Vitória se segurou no bloco: foi de sexto para quinto; Atlético-MG, focado no Mundial, caiu de quinto para oitavo.
2014
Corinthians subiu do sexto para o quarto lugar; Grêmio, antes quinto, acabou em sétimo.
2015
São Paulo ganhou posições e foi do sexto para o quarto posto; Santos desceu da quinta para a sétima posição.
Fonte: Globo Esporte