Vermelho? Para o gremista Michel Bastos, só na camisa do São Paulo

Há 31 anos, Michel Bastos nascia no Rio Grande do Sul e não demoraria para escolher o Grêmio como time do coração. Hoje, às 16h20, o camisa 7 do São Paulo terá a oportunidade de pisar na moderna Arena Grêmio pela primeira vez, mas com a missão de frustrar a torcida da qual já fez parte na 26 rodada do Campeonato Brasileiro.

– É o futebol, destino. Estou em casa, família inteira vai estar lá, Pai e mãe moram em Pelotas e vão pegar a estrada para me ver. E vão com sorriso no rosto, nem que fossem 500 quilômetros – brincou o meia à reportagem do LANCE!Net.

Michel chegou a jogar no Grêmio nas categorias de base e em 2004, sem emplacar sequência e atrapalhado pelas ambições do empresário Jorge Machado – como aconteceria no Corinthians e no Cruzeiro também. Mas o fato de ter crescido acompanhando o Tricolor Gaúcho já serviu para que o são-paulino tirasse uma lição importante para os gremistas: odiar a cor vermelha, do rival Internacional. E também dos dois cartões já que recebeu desde que chegou ao Morumbi em meados de agosto.

– O único vermelho que gosto é o da camisa do São Paulo. Nunca tomei cartão vermelho, não. Tenho quase certeza. Raro até tomar amarelo. Acabei me excedendo, tanto que até minha esposa e meu pai falaram: “o que está acontecendo? Você está um pouco afoito”. É vontade de querer mostrar – disse.

E o canhoto de 1,79m não demorou a “mostrar”. Menos de uma semana depois de ser expulso contra o Flamengo, chamou a responsabilidade contra o Huachipato (CHI) nas oitavas de final da Copa Sul-Americana e fez um belo gol para dar a vitória por 1 a 0 ao São Paulo mesmo com um jogador a menos.

– O gol foi na hora certa. Foi bom, realmente você está mostrando para quê você veio, realmente o que você é, o que quer mostrar a si mesmo, para os torcedores e todo mundo dentro do São Paulo. Esse sou eu! – assegurou o meia.

Em uma das raras vezes em sua vida, Michel Bastos terá de colocar o vermelho da camisa são-paulina acima do preto, do azul e do branco do manto gremista. Hoje, o camisa 7 terá de chatear familiares e amigos se quiser voltar a vencer no Brasileirão após quatro jogos.

Confira bate-bola exclusivo com Michel Bastos:

O gol veio em um momento certo para apagar as expulsões?

Sim, veio quando as coisas estavam um pouco conturbadas. Desde que cheguei, apesar das expulsões, mostrei bom futebol. Estou progredindo, quero fazer parte da equipe. Sei que devido às expulsões você fica marcado, só tocam nesse detalhe. É complicado, porque não tinha costume. Não sou um cara desleal. Tenho 14 anos de carreira aí e nunca passei por isso.

Promete não ser mais expulso?
Talvez não seja a última. Mas não vou mais chegar daquela forma que cheguei no Everton. Por ter jogado muito tempo fora, não me conhecem bem, então tenho que mostrar realmente o porquê de ter vindo.

Alguém te deu bronca?
Minha esposa, que não é do futebol, mas vive comigo há dez anos, falou que ficou surpresa, porque nunca passamos por momentos assim. Foi algo novo para mim e para ela.

É um cara família, então?
Sim, bem família, mas é uma coisa que está sendo um pouco diferente. Aqui fico menos com eles (esposa e dois filhos). O calendário acaba prejudicando, pois sempre gostei de dar atenção a eles. É difícil conciliar.

O que mais gosta de fazer?
Ouço samba, pagode, sou bem eclético. Gosto de conviver com os amigos em casa, jantar com minha esposa. Na França (jogou por Lyon e Lille) era bom porque os restaurantes são espetaculares, tomava um bom vinho. Gosto de fazer, mas só posso nas férias. Minha esposa aprendeu pratos da França, mas não sei fazer.

E em campo, o que vai fazer? Brigar por uma vaga agora ou quando o Kaká sair em 2015?
Nenhum jogador escolhe data para começar a jogar. Sei da briga com grandes jogadores, mas cada um procura o seu espaço. Tenho minha preferência de jogar no meio, estou trabalhando e respeitando as decisões do treinador. Se precisar de mim por 15 minutos, vou me doar ao máximo. Quero espaço desde já. Sou fominha, gosto de jogar.

Prefere ser meia, mas pode ser lateral e volante. Vale por três?
Não sei se valho por três, mas valho bastante (risos), sempre me abriu espaço isso, não é marketing, acontece há anos, é uma característica. E o treinador sabe que tem um curinguinha ali.

Tem mágoa por não ter conseguido ficar no Grêmio?
Mágoa não. Talvez quisesse que tivesse sido diferente, pois todos os clubes onde passei tinham interesse de ficar comigo, mas não ficavam por causa das negociações com meu empresário. Isso me chateava. E no Grêmio, por ser o clube que eu torcia, ficava mais chateado,

 

Fonte: Lance

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*