Se tiver o argentino Ricky Centurión e o colombiano Wilder Guisao no clássico de domingo, contra o Corinthians, no Morumbi, o São Paulo formará dupla de ataque estrangeira pela primeira vez em 25 anos. A última ocasião em que isso ocorreu foi em 1990, com os uruguaios Juan Ramon Carrasco e Diego Aguirre, hoje treinadores.

Carrasco estava no Peñarol quando, aos 33 anos e dono de seu próprio passe, foi contratado pelo clube brasileiro. Não passou de meia temporada na capital paulista, mas atuou como titular ao lado de Aguirre nas duas partidas das oitavas de final da Copa do Brasil daquele ano, contra o Grêmio. No jogo de ida, disputado no Estádio Olímpico, em 2 de agosto, seu parceiro de ataque (nove anos mais novo) fez o gol do empate por 1 a 1.

Para a partida de volta, no Morumbi, três dias depois, o técnico Pablo Forlán repetiu parte do sistema ofensivo escalando de novo seus compatriotas – no banco de reservas, estava Raí, que viria a se firmar definitivamente com a camisa tricolor mais tarde, a partir da chegada de Telê Santana ao clube. Fraco, o confronto terminou sem gol, e o São Paulo avançou às quartas de final do torneio mata-mata somente por ter balançado a rede como visitante.

O time cairia na fase seguinte para o Criciúma, o que fez a dupla uruguaia deixar o clube sem nenhum título ganho. Aguirre, que chegou a fazer cinco gols ao todo em competições oficiais, despediu-se já em setembro, pouco depois de ter vindo do Internacional. É no clube gaúcho, a propósito, que ele trabalha atualmente. Como comandante da equipe colorada, foi campeão estadual e chegou à semifinal da Copa Libertadores deste ano.

Já a breve passagem de Carrasco pelo São Paulo foi ainda mais apagada: dois gols, ambos contra o União Bandeirante, na primeira fase da Copa do Brasil. Agora, ele treina o River Plate, de seu país. Na carreira à beira do campo, também chegou à seleção uruguaia, a qual dirigiu em parte das Eliminatórias para a Copa do Mundo da Alemanha. Em 2012, trabalhou no Atlético-PR.

Vinte e cinco anos depois do último ataque gringo, o São Paulo pode voltar a ter dois homens de frente não brasileiros. Coincidência ou não, graças a um treinador estrangeiro. Como Forlán, o colombiano Juan Carlos Osorio também recomendou a contratação de um compatriota. Wilder Guisao se juntou ao elenco há pouco e tem chance de ocupar uma das vagas do sistema ofensivo com Centurión, argentino que já estava no clube.

A oportunidade existe porque Alexandre Pato e Luis Fabiano estão fora do clássico. O primeiro tem cláusula contratual que o impede de enfrentar o Corinthians, que detém seus direitos econômicos e pelo qual está emprestado, ao passo que o centroavante cumprirá pena imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

“Venho para somar. Onde me puser, vou dar meu máximo. Na Colômbia, sempre temos o futebol brasileiro como dos melhores, um futebol de alto nível. Então, espero estar à altura desta competição e mostrar o melhor de mim”, disse o reforço, em sua apresentação, nesta segunda-feira.

Fonte: Gazeta Esportiva