A investigação interna do São Paulosobre as denúncias de corrupção contra o ex-presidente Carlos Miguel Aidar só deve ter fim em 2016, na visão do presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Pupo Barboza.
Substituto de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente eleito, ele trata o assunto com urgência e é favorável à liberação do áudio da conversa entre Aidar e o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro para os conselheiros. Mas só depois de encerrada a averiguação do Conselho de Ética e Disciplina, formado por cinco membros e responsável por analisar o caso.
– Só poderemos dizer depois de ouvir o áudio. A minha intenção é disponibilizar o áudio para que os conselheiros tenham acesso, sim, ao contrário do que os boatos dizem, pois eles têm esse direito. Vou respeitar a investigação. Não podemos atropelar o trabalho da comissão, com sigilo e os trâmites normais, mas é uma questão praticamente definida. A não ser que tenha algo (na gravação) que impeça. Essa é a minha posição, mas somente no momento adequado, dando o direito de defesa a quem será chamado – disse o presidente do Conselho.
Pupo disse que não teve acesso ao áudio, entregue por Ataíde a Leco nesta semana. A gravação foi repassada para Wilton Brandão Parreira Filho, presidente do Conselho de Ética, órgão que se reunirá na próxima semana com o presidente do Conselho para discutir esse e outros assuntos, como a briga entre Ataíde e Aidar. Os dois podem até ser expulsos do clube.
Na investigação, o Conselho de Ética poderá chamar os envolvidos para depor, reunirá as provas existentes, entre elas o áudio, e só depois vai fornecer um parecer ao presidente do Conselho. Pupo levará essa posição ao conhecimento do Conselho, que aprovará ou não uma eventual punição.
– Não ouvi o áudio, mas parto do princípio de que estamos no fim do ano e há pouco tempo para finalizar. É difícil ter uma resolução nesse ano. Eles vão começar o trabalho e as pessoas serão convocadas para depor. Estamos praticamente em novembro. Queremos solucionar e vou recomendar que agilizem o máximo possível, porque é importante para o São Paulo resolver isso – afirmou.
Favorável à liberação do áudio aos conselheiros, Pupo afirma que o conteúdo da gravação deve ser mantido no órgão do São Paulo, sem ser exposto ao público em geral.
– Os conselheiros representam os sócios e a coletividade. Deve ficar nos nossos muros. Não há necessidade de abrir dessa maneira, porque prejudica a imagem do São Paulo, sempre conhecido por tratar os problemas com discrição, sem abrir para fora – disse.
Parte do teor da gravação se tornou pública, após Ataíde enviar um e-mail para Aidar cobrando a sua renúncia. Pressionado por familiares e também sócios do escritório de advocacia, do qual também se desligou, o ex-presidente renunciou no último dia 13.
Veja abaixo a íntegra do e-mail de Ataíde para Aidar:
Só acredito em ações, por enquanto está só no falatório.
Se tudo que foi dito até agora for honrado, dou os parabéns, caso contrário, caem na vala comum, junto com o Aidar e companhia.