São-paulinos tentam devolver ingressos após boicote de organizada

Na tarde desta quarta-feira, a Torcida Tricolor Independente, principal organizada do São Paulo, anunciou em suas redes sociais que irá boicotar o clássico com o Palmeiras no Allianz Parque, às 22h. A decisão de não comparecer ao primeiro Choque-Rei do novo estádio palmeirense foi atribuída ao elevado preço dos ingressos: R$ 200. Além disso, o grupo tenta convencer os são-paulinos que já compraram seus bilhetes a pedirem o dinheiro de volta ao clube do Morumbi.

A recomendação para quem já havia desembolsado os R$ 200 para ir ao Allianz Parque, no entanto, não deve surtir efeito. Isso porque o São Paulo diz que a prática é impossível devido à proximidade do clássico, com o horário de encerramento das vendas, marcado para as 17h nas bilheterias do Morumbi. Os telefonistas do estádio já receberam dezenas de ligações e ainda não sabem como lidar com o caso.

Outra alegação tricolor é que a devolução do dinheiro para os torcedores revoltados pode abrir precedentes para novas devoluções no futuro, o que poderia gerar um caos na venda de ingressos. Restando menos de uma hora para o fechamento dos guichês, o São Paulo só havia vendido 160 dos 1500 bilhetes comercializados para os visitantes para o clássico.

O manifesto da Independente ganhou força na noite da última terça-feira, quando o boicote era apenas uma ameaça. Por volta das 13 horas desta quarta, um comunicado foi publicado pela organizada tricolor no Facebook e gerou ainda mais mobilização.

A campanha “Não ao futebol moderno” foi endossada por torcedores comuns e até por rivais. A Mancha Alviverde, por exemplo, também publicou manifesto no Facebook e atacou o presidente Paulo Nobre pela suposta busca pela “elitização e higienização” da torcida palmeirense. Casos semelhantes aconteceram nos jogos do Verdão contra Ponte Preta e Corinthians, mas os rivais bateram o pé e Nobre recuou.

A Independente, porém, não reclama somente do Palmeiras. A organizada acredita que a diretoria do São Paulo deveria ter pressionado os rivais de alguma forma para conseguir reduzir o preço considerado abusivo para os ingressos tricolores e ainda sugeriu que o time nem sequer deveria entrar em campo pela 12ª rodada do Campeonato Paulista. Essa hipótese foi refutada imediatamente pelos dirigentes do clube.

Quem mais debateu o assunto públicamente na cúpula são-paulina foi o vice-presidente geral, Júlio Casares. Via Twitter, ele tentou dialogar com os torcedores e passou a responsabilidade para o Palmeiras, além de insinuar que haverá reciprocidade de valores no próximo encontro das equipes no Morumbi, uma das reivindicações. Ao LANCE!, o cartola reclamou dos alviverdes:

– A gente lamenta muito pelo espetáculo, que será o maior prejudicado com esse tipo de postura – disse, brevemente.

A torcida do Palmeiras, que comprou cerca de 21 mil ingressos de forma antecipada, pagou R$ 100 no setor mais barato (sócios-torcedores conseguem no mínimo 50% de desconto). O mais caro custa R$ 300.

Fonte: Lance

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