“Referência”, Milton faz Pato render como Muricy e Mano não conseguiram

Milton Cruz conseguiu sua terceira vitória em três jogos como técnico interino do São Paulo depois da saída de Muricy Ramalho. Nesta quarta-feira o triunfo foi sobre o Danubio, no Uruguai, pela Copa Libertadores, em virada sacramentada nos acréscimos do segundo tempo. O São Paulo não jogou bem, e o interino admite. Mas ele, que se colocou como “referência no Brasil” na função de coordenador e auxiliar técnico, confirmou que consegue fazer algo que nem Muricy Ramalho nem Mano Menezes conseguiram: ter Alexandre Pato jogando bem como referência do ataque.

O São Paulo hoje não teve centroavante para escalar nas últimas partidas. Alan Kardec sofreu grave lesão no joelho direito, passou por cirurgia e só voltará a jogar no fim do ano. Luis Fabiano se recuperava de lesão muscular na coxa e só voltou nesta quarta-feira, saindo do banco de reservas. A solução, então, foi apostar em Pato como ele nunca rendeu. Mas com orientação diferente.

Ao dispensar Pato do Corinthians na troca pelo meia Jadson, o então técnico alvinegro Mano Menezes afirmou: “A verdade dos fatos é simples. Aconteceu um grande investimento, criou-se uma grande expectativa, e a verdade é que a produção dentro do campo não atingiu aquilo que se esperava”. Falou também que, a partir daquele momento, o desafio de achar a verdadeira posição de Pato no campo era agora de Muricy Ramalho. Dias depois, Muricy respondeu que Pato é segundo atacante. Nem ponta, nem centroavante.

Com Tite, quando trocou o Milan pelo Corinthians, Pato jogou como ponta, atacante pelos lados do campo, servindo sempre um centroavante. Nunca desempenhou o rendimento esperado. Com Mano Menezes, foi testado várias vezes dentro da área, e manteve o nível apenas razoável. Com Muricy, já no São Paulo, chegou a ter bons momentos como segundo atacante, mas também sofreu por ser tirado de campo ou deixado na reserva em repetidas partidas pelo treinador.

A carência de opções fez com que Milton Cruz tirasse de Pato alguns de seus melhores jogos desde a volta ao Brasil, e numa posição em que ele ainda não havia jogado nem em nível razoável. Sozinho no ataque, mas de forma ligeiramente diferente. Com Milton Cruz, Pato está sozinho no ataque, mas está mais para falso 9 do que para centroavante. Sai da área muito mais do que Alan Kardec e Luis Fabiano e participa tanto da fase criativa como da conclusão das jogadas.

Depois da partida em Montevidéu, Milton Cruz falou mais uma vez das próprias qualidades. E falou firme. “Agradeço a confiança do presidente. Sou funcionário do São Paulo, o que o São Paulo fizer comigo depois da vinda do novo treinador… estou à disposição do clube. Se for para ficar na função de coordenador e auxiliar, que sou uma referência no Brasil, vou ficar”, disse, em entrevista coletiva reproduzida pela Fox Sports. Aidar já afirmou que o emprego de Milton Cruz vai depender do próximo técnico que assumir a vaga de Muricy – provavelmente o argentino Alejandro Sabella, que dará resposta até semana que vem.

Os bons jogos de Pato também confirmam uma fase bastante positiva do atacante. Em 2015, ele tem 11 gols em 17 jogos – média de dois gols a cada três jogos, aproximadamente. Mais importante do que isso é o fato do jogador emprestado pelo Corinthians estar decidindo partidas importantes: foi dele o gol de empate contra o Danubio, e também dele o segundo gol contra o Red Bull Brasil, pelas quartas de final do Paulistão.

O problema óbvio e que para azar do São Paulo aparecerá pela terceira vez em 2015 é a cláusula contratual que impede Pato de jogar contra o Corinthians, adversário da semana que vem pela Copa Libertadores. Na próxima quarta-feira Milton Cruz terá de contar com Luis Fabiano como titular.

 

Fonte: Uol

3 comentários em ““Referência”, Milton faz Pato render como Muricy e Mano não conseguiram

  1. A verdade que a necessidade está fazendo a ocasião.
    Atacante rápido e inteligente como ele nunca deveria jogar só pelos lados. Se o treinador estabelece-lo como centroavante vai voltar para a selecinha do Dunga porque lá não existe bom camisa 9…

    • Concordo, Milton Cruz é menos dogmático e tem -se as impressão de ter uma comunicação maios light com o elenco. Além claro, de ser mais ousado…e os números não deixam mentir.

  2. O que está fazendo render (não estou vendo tudo isso que falam, não) todo esses jogadores é vontade que, na época do Murici, eles faziam questão de não ter.

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