Pulso firme, Muricy tenta devolver equilibrío do tri ao São Paulo

Em janeiro, Muricy Ramalho chegou a Cotia, onde o São Paulo fazia pré-temporada, carregando uma caixa cheia de pulseirinhas que havia ganhado de um conhecido. “Pega aí”, disse, oferecendo-as aos funcionários. Alguns pegaram com convicção, outros apenas para não fazer desfeita, vendo que o próprio tricampeão brasileiro pelo clube usava um exemplar delas em torno do pulso direito.

Tratava-se do “Power Balance”, um bracelete de silicone com dois hologramas que foi vendido no mundo todo (ao preço médio de R$ 120), no final da década passada, sob a promessa da fabricante de “aumento instantâneo do equilíbrio, daflexibilidade, da força, da concentração e do bem-estar”. Famosos jogadores de futebol, pilotos e diversos outros esportistas aderiram à moda da “pulseira do equilíbrio” por algum tempo.

Mais tarde, na Austrália, a empresa foi obrigada a desmentir publicamente os supostos benefíciosdo produto e a garantir reembolso a quem entendesse ter sido lesado pela publicidade. NoBrasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a suspensão de suas propagandas, as quais apresentavam “indicações de uso em saúde que não foram comprovadas”.

 

Muricy entrou na febre em 2010, quando dirigia o Fluminense. No Santos, chegou a usar duas (uma branca e uma preta). Mas ele nem sequer conhece o nome verdadeiro da pulseira e a utiliza mais por estética do que por acreditar em seus supostos efeitos. Às vezes, incomodado, tira-a do braço, como no treino de sexta-feira, antevéspera da estreia no Brasileiro (contra o Botafogo), quando deixou à mostra a marca de sol. O treinador, todos sabem, não precisa dela para provar a seu elenco que tem pulso firme.

“Ele é muito bravo, mas um bravo que te cobra. Ele tem um jeito de cobrar que te ajuda”, disse, recentemente, o atacante Alexandre Pato, uma das principais apostas da torcida tricolor para voltar a ganhar o Brasileiro, competição que o São Paulo não vence desde o três títulos consecutivos de 2006, 2007 e 2008, período em que era treinado justamente por Muricy. “Temos um supercampeão, que conhece muito bem o campeonato, muito mais do que nós”, elogiou o ex-corintiano.

Com ou sem a pulseira no braço, o técnico supercampeão, que foi contratado de volta em 2013 para salvar a equipe do rebaixamento à segunda divisão nacional, agora tem novamente a oportunidade de iniciar do zero a competição de que mais gosta. Para vencê-la, tem tentado devolver ao São Paulo o equilíbrio perdido nas temporadas anteriores, em que, além de lutar para não cair à Série B, o time se limitou a comemorar classificação para a Copa Libertadores, em uma ou outra edição.

“É injusto fazer uma análise do que ocorreu depois que eu saí. A gente pode falar alguma coisa sem saber realmente o que aconteceu. O fato é que não ganhou mais (o título nacional), e um time grande não pode ficar tanto tempo sem ganhar”, comentou, equilibrado, dois dias antes do duelo da primeira rodada, contra o Botafogo, marcado para 16 horas (de Brasília) deste domingo, no Morumbi.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*