Poucas pessoas conhecem Rogério Ceni tão bem quanto o preparador de goleiros do São Paulo, Haroldo Lamounier. O convívio entre os dois era diário desde 2003, ano em que Haroldo foi promovido à equipe profissional, e ocorria em alguns dos momentos mais importantes da vida de atleta do ídolo tricolor: treinos, viagens com a equipe, concentrações, aquecimento antes de cada jogo…

Haroldo trabalhava diretamente com Rogério desde 2003 (Foto: Divulgação / Rubens Chiri – SPFC.net)

Com propriedade para falar do agora ex-jogador, Haroldo acredita que o melhor lugar para Ceni dar sequência à carreira é no banco de reservas. Ele também citou alguns técnicos que ao longo dos anos serviram de inspiração para Rogério, como Paulo Autuori, campeão mundial com o clube em 2005, além de Juan Carlos Osorio.

– Eu falo com ele que ele tem totais condições de ser treinador. E o Rogério não vai ser tipo “paizão”, não. Ele é profissional. Ele vai implementar o que ele foi, trabalhar em cima de cada detalhe do jogo.

– Quando ia jogar contra um time como o Corinthians, por exemplo, o Rogério sabia de tudo o que o Corinthians podia render de dificuldades para ele e os pontos fracos também. Sendo treinador, ele vai poder estudar o adversário e conseguir os resultados baseado nesse estudo que fizer.

Rogério viveu melhores momentos de sua carreira treinado por Haroldo Lamounier (Foto: Site oficial do São Paulo FC)

Atualmente morando em Mogi das Cruzes-SP, Haroldo, ex-goleiro profissional, chegou ao São Paulo em 1999 para trabalhar nas categorias de base do clube e, em 2003, subiu para o time principal. Mais de uma década depois, ele ainda se lembra de como foi o primeiro contato com Rogério Ceni, que àquela altura já era um dos grandes ídolos do Tricolor.

– Tinha aquele friozinho na barriga de trabalhar com o Rogério, uma referência no São Paulo, com a qualidade dele. O primeiro dia foi tranquilo. Cheguei, me apresentei, e ele falou: “Pode ficar sossegado. Trabalha como se estivesse no amador. Aqui não tem ninguém que é super estrela, não!”. A partir deste momento eu senti que estava em casa.

– As pessoas o consideram um mito, como ele realmente é, mas o Rogério é muito simples. São situações que ocorrem e a gente pensa: “O cara é tudo isso, mas ao mesmo tempo é simples, se preocupa com a pessoa que está do lado dele”. Ele sempre frisava nas entrevistas que estava jogando de três há quatro anos para cá porque eu fazia um acompanhamento especial com ele. Apesar de ele ser o Rogério Ceni, ele deu essa importância para mim, e sem eu pedir.

Fonte: Globo Esporte