Pato admite ter se reunido com Andrés e Kia para ouvir propostas

A derrota por 3 a 1 para o Santos, no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, abriu mais um precedente para que a crise nos bastidores do São Paulo venha a influenciar no dia a dia do grupo de jogadores. Após a partida, o atacante Alexandre Pato disse que os atletas não estão alheios ao turbilhão político que provocou a renúncia do presidente Carlos Miguel Aidar, na última semana. Ele também admitiu ter se encontrado com o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e com o empresário Kia Joorabchian para tomar conhecimento de possíveis interessados em seu futebol na Europa.

Pato afirmou que nunca havia presenciado em sua carreira um ambiente político tão instável quanto o do Tricolor. “É a primeira vez que encontro essa situação de guerra política, de pessoas que querem o poder, ainda mais de um clube campeão como o São Paulo. Nós jogadores sentimos isso também. Sentimos a falta do Osorio, por exemplo, mas aí chegou o Doriva, que é um bom treinador, muito profissional”, disse o atacante, referindo-se à saída do colombiano para a seleção mexicana em meio às controvérsias nos bastidores tricolores.

“Mas quem deve ser cobrado são os jogadores. E a gente deu mole, cara. Não podemos perder as oportunidades de gol que perdemos hoje. Isso prejudica e faz com que a gente tenha que trabalhar dobrado para fazer um bom resultado lá em Santos”, acrescentou o artilheiro são-paulino, autor do único gol da equipe no duelo dessa quarta-feira.

Quanto ao seu futuro, Pato admitiu que o jantar que teve com Andrés e Kia tinha o propósito de encaminhar uma transferência para a Europa. “Vou ser muito sincero: aconteceu meu encontro com o Andrés e com o Kia, com meus empresários também. As pessoas falaram muita coisa que não sabem sobre isso, mas eu preciso resolver minha vida. Tenho que jogar mais 30 dias aqui e, se o São Paulo não se interessar, tenho de ver minha vida, meu futuro. Se o São Paulo não tiver possibilidade, tenho obrigação de sentar com o Corinthians, que tem meus direitos, e ouvir o outro lado”, afirmou.

Detentor dos direitos econômicos de Pato, o Corinthians elevou a pedida pelo jogador de forma considerável. O clube deseja receber 25 milhões de euros (cerca de R$ 109 milhões), o que ultrapassa em muito os 15 milhões de euros (cerca de R$ 40 milhões, na cotação da época) pagos ao Milan no início de 2013. Em crise financeira, o São Paulo dificilmente terá meios de arcar com o montante para assegurar a permanência do atacante.

Pato, no entanto, garante que a indefinição não afeta seu desempenho em campo. “A minha vontade é ser feliz, quero jogar, quero trabalhar. Eu me sinto super bem aqui e também sempre fui muito profissional, não deixo que as coisas extracampo influenciem no meu trabalho. Não é à toa que fiz 25 gols aqui. Muitos falam do que não sabem, mas quero esclarecer que coisas extracampo não me afetam”, concluiu.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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