Lucas voltou ao Morumbi. Não como torcida, diretoria, comissão técnica do São Paulo e o próprio jogador desejariam. De férias após a conquista da Copa das Confederações, o meia do Paris Saint-Germain foi ao estádio para acompanhar o jogo entre o seu Tricolor e o Corinthians, pela primeira partida da final da Recopa Sul-Americana. Deu azar e viu o rival vencer por 2 a 1. Se o resultado não agradou, os 90 minutos serviram para que ele sentisse o quanto ainda é idolatrado no clube que o projetou.

Apesar de não vestir mais a camisa são-paulina desde dezembro, é tratado como integrante do time, tal qual Rogério Ceni, Jadson ou Luis Fabiano. Mas se sente um torcedor e se comporta como tal. Durante o jogo, reclamou dos critérios da arbitragem, esbravejou com os erros de marcação, vibrou a cada chute a gol. Pena que não viu o gol do São Paulo, no início do segundo tempo – o que, claro, não o impediu de sair correndo e abraçar o primeiro amigo que viu à frente.

Lucas sofre com o São Paulo diante do Corinthians (Foto: Murilo Borges)

Não ter visto o gol foi, diga-se, culpa de Lucas. Dele e de pelo menos 200 tricolores ouriçados pela sua presença. O meia, em vez de usar a privacidade do camarote que lhe foi disponibilizado, quis ir para a galera: junto com um grupo de amigos, assistiu ao primeiro tempo nas numeradas.

– Eu gosto do calor da torcida, da muvuca. Ficar aqui em cima não é comigo. Deu para tirar umas fotos e dar autógrafo para o pessoal. Sou torcedor como eles, fanático, e sei como é – disse

Lucas é cercado por fãs (Foto: Murilo Borges)

E quem disse que teve sossego? Quem se aproximava tinha sempre o mesmo pedido: foto e autógrafo. A resposta era automática: ‘Pode ser no intervalo?’. Pode, Lucas; no Morumbi, você pode tudo. Inclusive fechar a cara ao ver Guerrero aproveitar falha de marcação e dar a vantagem ao Corinthians no placar. Ficou claro que a descida para a numerada não trouxe sorte. Era hora de voltar ao camarote. Mas não seria uma missão fácil…

Assim que soou o apito do intervalo, dezenas de torcedores se penduraram em Lucas. O jovem, pacientemente, atendeu um por um. Foram centenas de fotos e autógrafos, milhares de sorrisos, dezenas de beijos e mais um monte de pedidos (‘Volta, Lucas!’). O xodó tricolor demorou quase meia hora para conseguir se sentar de novo. No meio disso tudo, gol do São Paulo, para delírio do ídolo-torcedor.

– Vai virar, vai virar. 2 a 1 São Paulo – disse, na segunda tentativa de acertar o placar (já havia chutado o 2 a 0 ao pisar no Morumbi).

A alegria durou pouco. Feliz com o empate, Lucas voltou para as numeradas, para atender os fãs e tentar acompanhar a etapa final. Enquanto posava para fotos, Renato Augusto surpreendeu Ceni com um toque por cima, garantindo a vitória do Corinthians e a volta de cabeça inchada de Lucas, que nem quis ficar até o fim para evitar tumulto e de ver seu time sair derrotado. Afinal, dada a despedida em grande estilo no ano passado, não é a volta que ele tanto esperava. Mas haverá outra chance…

Fonte: Globo Esporte