O clássico contra o Corinthians é só no fim da outra semana, mas já é o assunto dominante no São Paulo. Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, o técnico do Tricolor, Juan Carlos Osorio, lamentou o fato de não poder escalar Alexandre Pato, atacante que está emprestado pelo rival alvinegro até dezembro – uma cláusula no contrato diz que o jogador só poderia atuar se o São Paulo pagar uma multa ao Corinthians. Pato é o artilheiro do Tricolor no Brasileiro com sete gols.

– Lembro que no jogo contra o Grêmio, perguntei o mesmo sobre o Maicon. E o clube disse que ele poderia jogar. É uma situação diferente e acho que é injusto. No mundo do futebol, existem cláusulas nos contratos. Não conheço essa cláusula. Mas se existe, há de se respeitar. Mas é uma vergonha para nós não podermos contar com Pato para uma partida tão importante – disse Osorio.

O fato de o Corinthians ter a defesa menos vazada do Brasileirão não assusta o colombiano:

– É uma grande oportunidade para trabalhar e vencer a melhor defesa do torneio. Vamos trabalhar nisso.

Osorio elogiou a contratação do zagueiro Luiz Eduardo, que estava no São Caetano e já treinou nesta sexta-feira. O treinador também se mostrou conformado com a possibilidade de perder Boschilia, em negociação com o Monaco, da França. Osorio teve uma conversa em particular com o meia e o deixou à vontade para decidir se aceita ou não a proposta do clube europeu.

Confira os principais tópicos da coletiva de Osorio:

Críticas que a defesa têm recebido
– Sempre vou tentar ver que os erros são coletivos, do grupo, e não individuais. O Rafael (Toloi) é ótimo zagueiro. Lucão e Rodrigo (Caio) também. Mas Lucão não é canhoto naturalmente. Por isso, acho difícil que critique um só jogador. Com trabalho e mais tempo, creio que o time coletivamente vai render muito mais e melhor. Nossos zagueiros também vão melhorar.

Mais sobre a defesa
– Pesquisando a história do futebol brasileiro e do São Paulo, (o esquema) com três zagueiros ganhou coisas importantes. Historicamente, o futebol brasileiro prefere defesa de quatro, com dois defensores e dois laterais, que sobem à frente. Acredito que com três zagueiros podemos ter alas, com funcionamento similar ao dos laterais.

Sobre a contratação de Luiz Eduardo, do São Caetano
– A primeira pessoa que falou dele foi o Milton (Cruz). Vocês sabem que eu aprecio muito a tarefa do Milton. Ele entende e analisa o jogo. Conhece bem o futebol brasileiro e concordou com a necessidade de um zagueiro canhoto. Começamos a pesquisar e ele encontrou. Meu outro auxiliar viu, eu vi, concordamos, é bom no jogo aéreo, canhoto, boa virada de bola. E decidimos trazê-lo. Pelo que vimos hoje, vamos acertar.

Preparação para o jogo contra o Corinthians
– Em nível profissional, o mais importante é a parte psicológica. Vamos dar dois, quase três dias para os jogadores ficarem com seus familiares. E depois começaremos novamente segunda à tarde. Trabalharemos em todos aspectos, mas fundamental é trabalhar a transição de defesa ao ataque. Temos jogadores muito rápidos. Alexandre, Ricardo (Centurión), Wilder (Guisao), e precisamos finalizar melhor nossas oportunidades. No jogo contra o Atlético-MG, nos primeiros 20 minutos tivemos três chances de abrir o placar e mudar o jogo. Controlar melhor. Wilder pode jogar, sim.

– Gostam muito do Brasil. Antes de vir, estudaram na internet a cidade e o clube. Estamos muito felizes.

Acha justo não poder escalar Pato contra o Corinthians?
– Lembro que no jogo contra o Grêmio, perguntei o mesmo sobre o Maicon. E o clube disse que ele poderia jogar. É uma situação diferente e acho que é injusto. No mundo do futebol, existem cláusulas nos contratos. Não conheço essa cláusula. Mas se existe, há de se respeitar. Mas é uma vergonha para nós não podermos contar com Pato para uma partida tão importante.

Acredita em título?
– Hoje, com Bruno, Wesley, Luiz Eduardo, Wilder, vejo nosso time mais forte. Teremos melhores possibilidades de fazer mudanças nos jogos e vencer. O título é difícil falar com tantos jogos à frente, mas sempre vamos competir para ganhar. Temos um elenco jovem: Lucão, Rodrigo (Caio), que precisam de mais jogos para ter experiência e ter uma defesa mais sólida.

Brincadeira no treino
– Você joga por algo, pelo orgulho de ver o outro time correndo, fazendo um castigo físico. Normalmente, sempre trabalhamos a parte fisiológica com o jogo. Ao mesmo tempo. Para um time correr sem a bola, tem muito sentido mental. por isso o castigo. Participei, porque na opinião do vermelho fui o árbitro e errei muito a favor do branco. Por isso, quis contribuir

Boschilia no Monaco?
– Falei com ele. É um jovem. Todos querem jogar na Europa, mas entendi que se ficar aqui seu coração estará conosco. Se for para o Monaco, é uma grande oportunidade para todos.

Qual o conselho para Boschilia?
– Minha opinião pessoal para o Gabriel, falei a ele: faça o que seu coração diz. Acho que é uma grande oportunidade para todos. Para ele e sua família, para nós e o time. Também para o futebol brasileiro vender um jogador jovem é importante.

Corinthians com a defesa menos vazada
– Grande oportunidade para trabalhar e vencer a melhor defesa do torneio. Vamos trabalhar nisso.

Situação do São Paulo
– Vou usar uma comparação do futebol brasileiro com outros países sul-americanos. O Brasil ficou acima e não se ajustou para seguir melhorando. E os outros países melhoraram. Agora, a diferença é menor. O nível é o mesmo com clubes. O São Paulo dominou por anos o futebol brasileiro, mas os outros times trabalharam, melhoraram e agora não há tanta diferença.

Tite
– Fico tranquilo e seguro falando dos treinadores que vi trabalhar. Não vi o Tite trabalhando. Mas acho que seus triunfos falam por ele. Acredito ser um treinador de elite, alto nível. Como treinador, não posso falar, pois não o vi trabalhar.