Novo estatuto deve profissionalizar o São Paulo

O novo estatuto que está sendo elaborado deve profissionalizar boa parte do São Paulo FC. Na noite desta segunda-feira houve uma sessão do Conselho Deliberativo aberta aos sócios. A comissão responsável pela formatação das propostas fez um resumo do que as 70 pessoas, entre conselheiros e sócios, apresentaram como sugestões.

Os pontos que convergem e que tiveram maior número de indicações foram:

  • Alteração de mandatos. Há quem defenda três anos para presidente e conselheiros, sendo que o presidente não teria direito à reeleição; há quem defenda quatro anos para conselheiros e dois anos para presidência, com direito a uma reeleição;
  • Mudança na composição do Conselho Deliberativo. Hoje composto por 160 vitalícios e 80 eleitos, teria a proporção invertida, passando, então, para 80 vitalícios e 160 eleitos;
  • Mudança no critério eleitoral. Hoje um número muito grande de conselheiros é eleito pela antiguidade, ou seja, por número baixo da carteira social. isso seria praticamente extinto ou reduzido a um número ínfimo;
  • Voto nominal. Hoje o sócio é obrigado a votar na legenda. Ou seja: se eu tenho um bom candidato no amarelo e outro no vermelho, não posso votar os dois, pois o estatuto prevê que eu vote no vermelho OU no amarelo;
  • Profissionalização. Os cargos executivos do clube, a partir do presidente, passariam a ser remunerados, exercidos por pessoas qualificadas nas respectivas áreas financeira, jurídica, comunicação, marketing, administrativo, social, futebol e esportes amadores;
  • Separação financeira. Haveria a separação das tesourarias do futebol e do social. Cada um seguiria com vida própria.

Outras propostas também constaram do relatório, mas com menos intensidade: retirada das estrelas do nosso escudo; voto permitido aos dependentes do titular; regras mais claras e rígidas para a declaração da “Fé-são-paulina, que validaria a qualidade do sócio, nesse campo, para ter direito ao voto.

O empresário Abilio Diniz foi o primeiro a usar o microfone e defender suas propostas. Ao invés de apresentá-las por inteiro, se ateve a um único ítem: a criação de um comitê executivo, que teria o nome de COMEX. Ele seria eleito pelos conselheiros, composto por aproximadamente dez pessoas – uma representando cada partido político do clube -, e seria o responsável por indicar o presidente. Essa indicação teria que passar por um referendo na Assembleia Geral. Em outras palavras, caberia aos sócios aprovarem ou não o nome do novo presidente. O mandato seria de dois anos. Abilio nãod eixou claro se teria reeleição ou não.

Eu fui o terceiro a falar e apresentei as propostas que foram feitas através do meu entendimento, mesclado com sugestões enviadas pelos leitores. Eu defendi a profissionalização de todos os setores do clube, com gestores qualificados dentro do mercado; redução do mandato de conselheiros de seis para quatro anos e do presidente para dois anos com direito a uma única reeleição; voto direto dos sócios e seus dependentes, que assinassem a Fé-são-paulina. Essa afirmação teria que ser feito com duas testemunhas e se alguém provasse a qualquer momento que ele mentiu, seria banido do clube; também defendi a inversão da proporção de conselheiros eleitos e vitalícios e uma representatividade do sócio torcedor no Conselho Deliberativo, de forma a ser estudada a melhor maneira de se fazer a escolha.

A comissão está analisando e entrelaçando as propostas. No dia 10 de outubro será enviado um esboço ao Conselho Deliberativo, que terá dez dias para fazer emendas. Entre 20 e 30 de outubro essas emendas serão analisadas e o estatuto pronto será apresentado no dia 31 de outubro para votação no Conselho. Aprovado, será encaminhado, em data a ser marcada, para votação na Assembleia Geral, ou seja, pelos sócios do clube.

O presidente do CD, Marcelo Pupo, gostou da audiência e prometeu marcar outras para aprofundas as discussões.

 

Paulo Pontes

8 comentários em “Novo estatuto deve profissionalizar o São Paulo

  1. PP, não sou socio do SP mas, gostaria de saber mais sobre essa “Fé-sãopaulina”, como se daria isso, os socios do SP torcedores de outras agremiações estariam “IMPEDIDOS ” de votarem , essa proposta de separação de caixas do futebol e do clube me agrada e muito

    • Ronaldo, é o seguinte: para ser candidato ao Conselho Deliberativo, o sócio precisa assinar um documento chamado “Fé-sãopaulina. É um documento oficial, porque ele faz o juramento. Sem isso não pode ser candidato. O que está na minha proposta, já que não se admitirá que não sócios votem, é que para votar no presidente – então a eleição seria direta, e não mais feita pelo Conselho -, o sócio teria que assinar esse documento, com duas testemunhas. Se alguém provar em qualquer momento que esse sócio torce para outro time, seria banido do clube. Assim garantiríamos que somente os sócios são-paulinos votariam no presidente. Os outros sócios, não são-paulinos, votariam para o Conselho, como já fazem hoje. E a separação das tesourarias de futebol e social, também proposta minha, foi muito bem aceita.

  2. O caminho é esse mesmo a profissionalização do clube,Roubou? Lesou a instituição? que seja demitido por justa causa e responda na justiça comum.

  3. Acredito que o mais importante tem sido as demonstrações da seriedade do processo. Constatamos desde o início da discussão, muitas críticas e ataques sem fundamento que hoje se esvaem no trabalho realizado… Parabéns aos envolvidos… O SPFC de hoje tem gente séria e competente trabalhando pela instituição.
    Abs

  4. Profissionalizar esse e´o caminho para sair dessa PTetralhacao eskankarada.
    Ainda o presidente tambem deveria ser contratado como nas grandes empresas, deveria sim ter o presidente decorativo, como la reina Elizabeth 2,
    ai sim,
    estariamos bem.

  5. Começa a aparecer uma luz no fim do túnel, profissionalização, participação do sócio torcedor, separação financeira, recomposição do conselho, formato eleitoral com “fé são paulina”, a meu ver, são boas propostas.
    Por sinal de a muito se escreve sobre tudo isto neste espaço, tomara que se concretize.

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