Ney Franco está perto de se tornar o melhor desde Muricy

Quando Ney Franco assumiu o São Paulo, em julho, disse que deveria ser cobrado por títulos ainda em 2012, e rechaçou que precisaria de tempo para consolidar o trabalho. Nesta quarta, tem a chance de provar que o discurso fazia sentido. No Tricolor, ele disputou duas competições. No Brasileirão, classificou o clube para a Libertadores. Na Sul-Americana, chegou à final, e já é, desde Muricy Ramalho, o técnico que mais perto ficou de vencer um título.

A decisão da Sul-Americana contra o Tigre, no Morumbi, pode fazer com que Ney Franco tire o São Paulo do jejum de títulos vigente desde a saída de Muricy Ramalho, que teve no Brasileirão de 2008 sua última conquista. Depois do treinador tricampeão brasileiro pelo clube, passaram outros cinco antes da chegada do atual: Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo César Carpegiani, Adilson Batista, e Emerson Leão. Alguns com aproveitamento até superior ao do atual treinador, mas nenhum chegou tão perto de uma conquista.

O aproveitamento geral de Ney Franco no comando do São Paulo é de 58,1%. O índice é inferior aos de Ricardo Gomes, Carpegiani e Leão. Os três, no entanto, tiveram a oportunidade de comandar a equipe durante as três últimas edições do Paulistão, torneio disputado contra equipes de menor expressão, e no qual o São Paulo se deu bem na primeira fase. Nesta fase, foi quarto em 2010, primeiro em 2011 e segundo neste ano.

Nessa segunda, no CT, Ney Franco deu sua última entrevista coletiva antes de disputar a decisão contra o Tigre, e fez avaliação positiva do próprio trabalho. No entanto, disse que o objetivo só será cumprido com o título da Sul-Americana:

– Nos primeiros contatos com a diretoria, me pediram para recolocar o time na Libertadores. Peguei o time em duas competições. Em uma, chegamos na final e a eficiência será comprovada se chegarmos ao título. Na outra, eu me pauto muito nos números, mas com um segundo turno muito bem jogado.

Para que Ney Franco se aprove na própria avaliação, quarta, o São Paulo tem que vencer. O título da Sul-Americana tiraria o clube da fila de quatro anos sem conquistas, e colocaria o treinador no topo, desde a saída de Muricy Ramalho.

Os técnicos do São Paulo depois de Muricy:

Ricardo Gomes – 2009 a 2010
Aproveitamento: 58,9%
Jogos: 73
Assumiu o São Paulo em junho de 2009, após a queda na Libertadores, na 16ª posição do Brasileirão, e terminou o campeonato em 3º. Na Libertadores, foi até a semifinal, e acabou eliminado pelo Internacional por conta da vantagem por gol marcado fora de casa.

Sérgio Baresi – 2010

Aproveitamento: 40,7%
Jogos: 14
Campeão da Copa São Paulo de 2010, foi colocado no profissional como aposta da diretoria após a saída de Ricardo Gomes. No cargo, entretanto, não teve bom desempenho. Os resultados foram ruins e não teve tempo de terminar nenhum torneio.

Paulo César Carpegiani – 2010 a 2011

Aproveitamento: 66,7%
Jogos: 47
Chegou em outubro de 2010, com o time na 11ª posição do Brasileirão, e terminou o torneio no 9º lugar. Em 2011, após as eliminações no Paulistão e na Copa do Brasil, passou perto da demissão, que veio em julho, após três derrotas seguidas no Brasileirão.

Adilson Batista – 2011
Aproveitamento: 45,5%
Jogos: 22
Foi contratado em julho, após a demissão de Carpegiani, e durou só até outubro. A campanha ruim no Brasileirão, com o baixo aproveitamento, foi o que motivou a saída.

Emerson Leão – 2011 a 2012

Aproveitamento: 63,6%
Jogos: 38
Assumiu depois da demissão de Adilson Batista. Na Sul-Americana do mesmo ano, caiu nas oitavas de final, e terminou o Brasileirão no 6º lugar. Mesmo assim, renovou contrato e ficou para 2012. Neste ano, caiu na semifinal do Paulista contra o Santos, teve atritos com a diretoria, e foi eliminado na semifinal da Copa do Brasil. Com o desempenho irregular no Brasileirão, foi demitido em junho.

Ney Franco
Aproveitamento: 58,1%
Jogos: 39
Fonte: Lance

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