Na Lusa, Cañete volta a jogar e tenta provar seu valor ao São Paulo

Há pouco mais de duas semanas na Portuguesa, Cañete está perto de conseguir algo que não conseguiu em quase dois anos de São Paulo: jogar três partidas seguidas como titular. Neste sábado, no Pacaembu, diante do Corinthians – adversário que lhe traz boas recordações -, o argentino começa a colocar em prática o objetivo de fazer sua estadia no Canindé ser bastante diferente dos tempos no Tricolor.

– Sou um cara que onde vou jogar quero fazer minha história. Não gosto que ninguém me dê nada de presente. Quero lutar e conquistar as coisas. No São Paulo, infelizmente, não consegui, mas sei que posso fazer minha história na Portuguesa. Vou dar o melhor de mim – prometeu o meia, que já tem um gol computado com a camisa rubro-verde.

Tanto na Lusa quanto no São Paulo, Cañete chegou com moral, cotado para ser o jogador criativo do setor de meio-campo. Apontado na Argentina como o ‘novo Riquelme’, o jogador de 21 anos custou US$ 3 milhões (cerca de R$ 4,5 milhões) ao clube do Morumbi. Um ano e oito meses depois, período em que lidou com lesões seguidas e pouquíssimas chances, ele viu seu nome integrar a lista de dispensas do presidente Juvenal Juvêncio, após a eliminação na Taça Libertadores da América.

Nem deu tempo de Cañete sentir o baque. Poucos dias depois, propostas de times do Brasil e do exterior chegaram ao argentino, que optou por seguir na cidade de São Paulo, vestindo a camisa da Portuguesa. No clube lusitano, ele tem cinco meses para mostrar que as previsões sobre o seu futebol não estavam erradas, que foram apenas adiadas devido às lesões.

GLOBOESPORTE.COM: Como estão sendo essas duas primeiras semanas na Portuguesa? O que você já sabia do clube?

Cañete: Estou feliz por chegar e jogar. É um clube muito bom para mostrar para a torcida quem eu sou. Sabia que era o quinto maior time de São Paulo e que tinha uma torcida que cobra muito. E está certo, clube grande tem de vencer sempre.

Já conhecia algum jogador? No elenco há dois argentinos, Lucero e Arraya. São seus amigos?

Nunca joguei ao lado nem contra nenhum deles, mas já conhecia de nome o Souza, o Correa, Diogo. Também sabia das qualidades do Lucero e do Arraya. Faz pouco tempo que estou aqui, estou começando a conhecê-los. Devagar, vamos nos entrosando para que lá na frente dê tudo certo.

Em seu segundo jogo como titular da Portuguesa você já balançou a rede (empate por 1 a 1 com o Internacional, na quarta-feira . Fazer um gol logo no começo aumenta a confiança?

Temos de fazer o nosso trabalho, dar o melhor de si. Entrar em campo e dar a vida em cada partida. No jogo passado, pude fazer um gol e foi importante para pegar confiança do clube, dos companheiros e da torcida. Fiquei muito feliz, mas, ao mesmo tempo, triste por não ter conquistado os três pontos.

Você vai para seu terceiro jogo como titular, algo que não ocorre faz tempo. Como está se sentindo fisicamente?

Estou me sentindo bem. Fazia tempo que não jogava seguidamente. Só sinto um pouco de cansaço muscular por causa da falta de ritmo de jogo, mas vou me acostumar.

A falta de sequência devido às lesões foi o seu maior problema no São Paulo?

Acho que sim. Cheguei a um clube grande, que cobra muito, e não consegui mostrar meu futebol. Me machuquei e fiquei muito tempo parado. Na verdade, não foi um bom momento para mim. Por isso que estou aqui agora, para mostrar minhas qualidades.

Em 2013, você não teve mais problemas de lesão e chegou a ter uma sequência com Ney Franco. Por conta disso, surpreendeu saber que não fazia mais parte dos planos do clube após a eliminação na Libertadores?

Fiquei muito surpreso e triste, não esperava ter de passar por isso. Treino muito para ter minha chance de jogar, conheço minhas qualidades e não entendi o que aconteceu. Mas temos de estar preparados para tudo. Hoje estou aqui na Portuguesa, jogando e feliz.

Ainda mantém contato com os jogadores do São Paulo? Chegou a conversar com algum outro que também foi dispensado?

Falo com vários jogadores, com meu parceiro Wellington, com o Denílson. Nos falamos sempre.

E com o Fabrício, chegou a falar? Ele também negocia para jogar na Portuguesa.

Não conversamos, mas fiquei sabendo do interesse da Portuguesa. É um grande jogador, todo mundo sabe das suas qualidades e, se ele vier, vai nos ajudar muito.

Como recebeu a proposta da Portuguesa e o que pesou para que aceitasse jogar pelo clube?

Tinhas outras propostas, de times do Brasil e de fora, mas queria seguir aqui, gosto muito de São Paulo, moro aqui do lado. Cheguei ao São Paulo e não consegui jogar. Então, minha decisão foi escolher um time no qual recebesse chances e pudesse mostrar meu futebol.

Você já está há dois anos no Brasil. Qual a sua melhor lembrança deste período?

São duas. Quando marquei meu primeiro gol com a camisa do São Paulo, diante do Atlético Sorocaba, no Campeonato Paulista, e também quando vencemos o Corinthians, no fim do ano passado. Eu voltava de lesão, estávamos com um time reserva e sabíamos da qualidade deles, mas conseguimos vencer, mesmo no Pacaembu.

Seu contrato de empréstimo acaba em dezembro. Quais os seus planos para depois disso?

Sou um cara que para onde vou quero fazer minha história. Não gosto que ninguém me dê nada de presente, gosto de lutar e conquistar as coisas. No São Paulo, infelizmente, não consegui, mas sei que posso fazer minha história na Portuguesa. Vou dar o melhor, tentar jogar bem o Brasileiro, para ajudar o clube e meus companheiros, e depois voltar ao São Paulo, para fazer o que eu não consegui.

 

Fonte: Globo Esporte

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