Treinador defende ‘dirigente parceiro’, mas pressão no São Paulo segue

Em meio ao momento político conturbado no São Paulo, o técnico Muricy Ramalho saiu em defesa do vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, após a vitória sobre a Ponte Preta, neste domingo, em Campinas. O treinador foi perguntado sobre o que aconteceria caso Ataíde saísse por pressão de outras pessoas com trânsito no clube.

– Ele (Ataíde) é um grande companheiro não é de agora, o conheço há muitos anos. Acho muito importante na vida, gosto, acho que o mais importante para qualquer pessoa que comanda é o caráter. E ele tem muito isso. Somos muito parecidos, para mim ele é importante – declarou Muricy.

– Acredito que não vai ter esse problema (ele sair), o presidente também está ao lado dele, a gente percebe. Mas o futebol do São Paulo e o clube perdem muito se ele sair – disse Muricy.

Ataíde virou alvo no São Paulo porque tem feito força para blindar o ambiente de trabalho no CT. O dirigente não permite intromissões em seu departamento, exigência feita ao presidente Aidar para assumir o cargo. E tem se incomodado com as críticas internas feitas ao time e ao trabalho do técnico Muricy Ramalho.

Com a declaração, Muricy deixa claro que confia no trabalho de seu superior, mas o mesmo não fica claro quando refere-se a Aidar. Primeiro, Muricy respondeu assim se tinha confiança no mandatário, após a emissão de uma carta de apoio:

– Não dá nem pra falar mais nisso, já passou e bola pra frente.

Na sequência, se aprofundou mais.

– A relação é normal, de presidente com comissão técnica. Com todos presidentes que trabalhei, fico no dia a dia e quando acaba, vou pra casa. Não tem relação de ir jantar, é relação profissional, não só com ele. Tem que ser assim. Se você fica muito junto, daqui a pouco ele começa a escalar o time – disse Muricy.

Nas últimas entrevistas, o técnico externou a insatisfação com as cornetas no Morumbi, apesar de não citar os alvos. Quase sempre, porém, ele se refere como “os mesmos de sempre”, referindo-se a sua passagem anterior pelo clube. Após a vitória contra a Ponte, preferiu minimizar e ironizou seus críticos.

– Claro que não é bom, é sempre importante ter união, mas é sempre de pessoas que não são da diretoria, e que não ficam contente de estar fora. É bobagem falar nisso. Temos de valorizar o time, a torcida, que precisamos, é o que nos interessa. Esse tipo de coisa não é legal, dá moral para quem não merece – disparou Muricy.

No Morumbi, há duas correntes para os “mesmos de sempre”. Há quem diga que o técnico refere-se a Edgar Galvão, gerente jurídico na gestão do presidente Juvenal Juvêncio e atualmente próximo ao presidente Aidar. Galvão desde a era Juvenal é ligado a Torcida Independente e alimentou a desconfiança de Muricy de que os protestos recentes da torcida foram orquestrados.

Outra ala cita o nome de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, atualmente presidente do Conselho Deliberativo do clube. Entre 2006 e 2009, na passagem anterior de Muricy, Leco era apontado como um dos principais críticos ao trabalho do treinador e passavam esta insatisfação ao ex-presidente Juvenal Juvêncio, que resistia aos pedidos de demissão.

 

Fonte: Lance!net

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