Ídolo do São Paulo, o treinador Muricy Ramalho comentou, nesta terça, em entrevista ao programa “Bola da Vez”, da ESPN Brasil, sobre sua última passagem no Tricolor paulista. Contratado em meados de 2013, para tirar o time da zona de rebaixamento do Brasileirão, o técnico falou sobre os 19 meses à frente do Soberano.

– Esse ano foi pior. Não jogamos nada agora, ainda faço parte. Jogadores que foram bem ano passado, com reforços, mas não encaixou. Com a minha saída, os jogadores assumiram a responsabilidade e até tiveram uma reação pequena. Mas a equipe tropeçou e oscilou muito. Os jogadores são muito bons e técnicos, mas o São Paulo tem um defeito: Não tem velocidade. É um dos times com mais posse de bola, porque tem jogadores técnicos, mas não tem profunidade e fica muito previsível e não surpreende. Procuramos jogadores de velocidade, mas esbarramos no problema de grana, sofremos e não deu liga. Difícil explicar – afirmou o técnico

Muricy também afirmou que sua doença foi um dos fatores preponderantes para que ele deixasse o comando do time do Morumbi.

–  Meu problema (Diverticulite) começou a me afetar fisicamente. Preciso estar bem para meu trabalho (como treinador) e eu não estava mais. Ainda veio os (maus) resultados. Ameacei (entregar o cargo) contra o Palmeiras. Falei que estava morto, não estava bem. Mas aí teve uma reunião, o Rogério estava, aí eu disse que iria ficar mais um pouco. O problema de saúde afeta. Tudo é uma soma. Você está trabalhando e não está dando resultados, aí o estresse vem duro, meus problemas no físico também vêm do estresse. Quando eu disse que não iria mais ficar, foram na minha casa, mas eu pedi desculpas e falei que não dava mais, até porque meu trabalho não estava dando resultado. – ressaltou

Confira outros trechos da entrevisa de Muricy Ramalho:

2013 – EQUIPE NA ZONA DE REBAIXAMENTO

“Não era meu perfil (assumir um time no meio do campeonato). Na época, meus amigos falaram: “Você é louco! Como você vai voltar (pro São Paulo)?”. Mas a diretoria foi na minha casa. Eu vi que a coisa estava feia, e pra dar um jeito só podia ser eu, não tinha como ser outro. Eu conhecia os atalhos onde poderia atingir. Fui contratado para isso (livrar o São Paulo do rebaixamento). A história que nós temos, eu e Rogério (Ceni), não era pra irmos pra segunda, nascemos nesse clube. Fui chamado e fui numa boa, mas não pensava que estava tão ruim, meio largado. Íamos para a Segunda (divisão), e o plantel era ótimo, tive que meter a mão e deu certo.”

2014 – REFORMULAÇÃO DO ELENCO E BRIGA PELO TÍTULO DO BRASILEIRÃO

“Depois os problemas que tiveram foram po conta da reformulação. Eram muitos jogadores com o contrato longo e que ganhavam bem. O pior era tirar esses jogadores (do plantel) e perdemos tempo. Fomos nos dar bem no segundo semestre. Melhoramos, mudamos a filosofia, fomos ao mercados. Aí surgiram o Kaká, o Michel Bastos, caras concentrados, com a mentalidade europeia..O trabalho foi difícil na minha volta, por isso tive problemas de saúde. Melhoramos e fomos vice-campeões brasileiros. Se estivéssemos mais preparados, brigaríamos com o Cruzeiro.”

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