Coube ao médico José Sanchez acalmar o elenco do São Paulo em relação ao estado de saúde de Muricy Ramalho, antes de Milton Cruz comandar um treinamento na chuvosa tarde desta sexta-feira, no CT da Barra Funda. O interino evitou conversar com o técnico, internado no Hospital São Luiz Morumbi com uma arritmia cardíaca, para preservá-lo integralmente da partida contra o Fluminense.

“O Muricy não terá qualquer comunicação em relação ao jogo”, avisou Sanchez. “Ele mesmo não quer isso, pois sabe que representa uma carga de estresse. Mas, mesmo que fosse da vontade dele, a gente tentaria demovê-lo da ideia. Estamos tentando deixá-lo o mais tranquilo possível, alheio à sua atividade profissional. É preciso dar um tempo para ele. Está fora, fora, fora. Não será nem consultado”, acrescentou.

De acordo com o médico do São Paulo, o estresse provocado pelo futebol foi a principal causa do mal-estar sentido por Muricy. O técnico acabou encaminhado para o hospital na quinta-feira, para a realização de exames, e parou na UTI. Embora o seu estado de saúde não seja considerado grave, ainda não há previsão de alta.

“O futebol certamente pode acarretar problemas. O estresse é muito grande, a adrenalina sobe, e podem existir repercussões prejudiciais ao organismo. Pessoas que trabalham com o futebol acabam se preparando um pouco para isso, mas realmente a vida de um treinador não é nada saudável. Não tenho dúvidas de que foi um fator decisivo para o que aconteceu com o Muricy”, disse Sanchez.

Apesar das ponderações em relação ao estilo de vida do emburrado Muricy, o médico são-paulino fez questão de enfatizar que o técnico não tem histórico de problemas cardiológicos ou cardiovasculares. “O que aconteceu foi isolado. Não há nenhuma anormalidade. Está tudo perfeito. Foi algo decorrente de situações potenciais, sem ligação com alguma moléstia que o Muricy eventualmente tivesse”, garantiu.

Há não muito tempo, o técnico do São Paulo já sofreu de hérnia de disco, diverticulite e cólica renal. José Sanchez espera que nenhum desses problemas – assim como a arritmia – sejam capazes de abreviar a estressante carreira de Muricy Ramalho. “Esperamos que ele continue a sua vida profissional até o momento em que achar conveniente, que não pare por causa de sua saúde, mas por vontade própria”, declarou o médico.

Fonte: Gazeta Esportiva