Marco Aurélio não vira as costas ao “pai doente” São Paulo

Vivendo uma das piores crises dos últimos anos, oSão Paulo precisou de medidas emergenciais para tentar retomar o rumo e seguir no Campeonato Brasileiro.  A chegada de Marco Aurélio Cunha à direção do clube é uma destas alternativas. O dirigente, que tem uma longa história com o Tricolor e esteve presente nas conquistas da Libertadores e do Mundial de 2005, além do tricampeonato brasileiro em 2006, 2007 e 2008, disse que não poderia recusar o pedido de ajuda do clube que o criou.

“O São Paulo, agora nesta situação mais delicada, me pediu para ajudar. Eu passei aqui no clube há duas semanas, senti como as coisas andavam e aí o presidente Leco conversou comigo. Eu falei que dependo da CBF, tenho uma relação de trabalho lá muito boa e muito intensa, cuido das seleções femininas com o maior carinho. O presidente Marco Polo (Del Nero) conversou comigo, me disse que talvez pudesse fazer um empréstimo, uma liberação, uma licença não remunerada para eu ajudar o São Paulo nesse momento, a pedido do presidente”, revelou Marco Aurélio ao Fox Sports.

“Não posso dar as costas para quem me criou, que foi o São Paulo, num momento delicado. Seria egoísmo na minha parte não enfrentar isso. O momento não é bom, é difícil, não é fácil, mas eu não posso. Pelo que eu escuto na rua, pela expectativa que as pessoas têm de mim, pelo que eu gosto do São Paulo como instituição, eu não posso faltar a esse chamamento. É um dever e, para dever, a gente não vira as costas”, disse o dirigente, que deverá ocupar o cargo até dezembro deste ano, com a missão de reerguer o clube do Morumbi.

Para Cunha, a diretoria do clube fez escolhas erradas. “A minha volta é, também, um pouco da demonstração de que este caminho equivocado tem que mudar. Eu estou voltando para tentar ajudar, tentar fazer o São Paulo voltar a ser o São Paulo que conhecíamos. Não é saudosismo, não é voltar ao passado, não são práticas antigas. São práticas modernas com pensamento e experiência que a gente adquiriu, para devolver o São Paulo ao lugar do São Paulo. A partir daí o São Paulo segue sua vida”, disse.

Apesar de estar de volta e disposto a ajudar, Marco Aurélio Cunha não escondeu que a decisão é, também, um sacrifício. Responsável pelos projetos de futebol feminino junto à CBF, o dirigente lamentou se afastar temporariamente do cargo, mas desconsiderou negar o pedido do clube paulista.  “Posso contribuir na dificuldade. É um pai doente que você deve, por responsabilidade, voltar a ajudar. O São Paulo me criou e está num momento de doença e eu não posso deixar de ajudar, não posso virar as costas, mesmo não sendo bom pessoalmente esse retorno. É bom para o São Paulo, para mim é emocionante, mas é extremamente difícil”, finalizou.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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