A Torcida Tricolor Independente, maior organizada do São Paulo, cumpriu o que prometeu há três dias nas redes sociais e organizou protesto no portão principal do Morumbi neste sábado, horas antes do embate com o Joinville pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com cruzes, mensagens de luto, máscaras de “perseguidos” e até sal grosso, um grupo de cerca de cem pessoas escolheu como alvos principais Luis Fabiano e o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro.

Segundo a convocação postada no Facebook na última quinta-feira, o manifesto começaria às 16h, mas só chegou ao portão 1 do estádio depois das 16h30. Os torcedores vestiam camisetas pretas com a mensagem “Luto! Devolva nosso São Paulo!” e carregavam cruzes pretas e algumas velas. Dois bandeirões com a imagem de Rogério Ceni e uma faixa foram expostos: “Esses jogadores frouxos estão manchando sua história vitoriosa e campeã”.

Ainda de acordo com a convocação nas redes sociaias, o protesto serviria para pedir a Ceni que sua aposentadoria fosse antecipada, para que ele não passe por novos “vexames”. Exceção aos cantos de exaltação ao Mito, esse tema não foi levantado nenhuma vez durante a manifestação, que teve um único grito contra o presidente Carlos Miguel Aidar: “Aidar, eu também quero cheirar”.

Ataíde Gil Guerreiro foi quem mais sofreu: “Ô Ataíde, quebra meu galho, sai do São Paulo e vai pra casa do c…” e “Ataíde, vai se f…, o meu São Paulo não precisa de você” foram os cantos contra o vice de futebol. Entre os jogadores, Luis Fabiano foi a vítima principal, com os seguintes cânticos: “Luis pipoqueiro” e  “Luis, pede pra sair”. Tanto Ataíde quanto Fabuloso tiveram máscaras confeccionadas, cobertas com sal grosso e pisoteadas por parte do grupo.

O lateral-esquerdo Reinaldo, o volante Souza e o meia Paulo Henrique Ganso também “ganharam” máscaras no protesto e receberam ofensas dos torcedores. O zagueiro Rafael Toloi foi outro xingado. Gritos de “time pipoqueiro” e “time amarelão” foram acompanhados de um canto que dizia: “Um minuto de silêncio, com esse elenco nós tá morto (sic)”.

Esse grito foi o entoado com mais força e por mais tempo no protesto, principalmente quando o ônibus da delegação chegou ao Morumbi. Latas foram arremessadas em direção ao veículo e aos cavalos da polícia militar, que apenas isolou a área e conteve os mais exaltados com empurrões. O objeto que chegou mais perto de atingir o ônibus foi uma garrafa de vidro, que se estilhaçou no estacionamento do estádio.

Na entrada dos jogadores no gramado para aquecimento antes da partida, os torcedores comuns bateram muitas palmas e incentivaram o grupo.

Veja outros gritos da torcida:

“Ô, ô, ô, ô, muito respeito com a camisa tricolor, filha da p…”
“Não é mole, não, eu tô cansado de time amarelão”
“Ah, mas que saudade de quando o São Paulo jogava com vontade”
“Se o São Paulo não ganhar, olê, olê, olá, o pau vai quebrar”
“Ô, ô, ô, queremos jogador”
“Eiro, eiro, eiro, time de pipoqueiro”

Fonte: Lance