Louco para jogar, Aloísio promete estilo ‘Boi Bandido’ no São Paulo

Foram precisos quatro telefonemas para queAloísio conseguisse responder a algumas perguntas do GLOBOESPORTE.COM. O sinal do celular estava péssimo em Araranguá, mas é lá, na cidade litorânea de Santa Catarina, onde nasceu, que o novo atacante do São Paulo recarrega as suas baterias para se apresentar ao clube no próximo dia 3.

Aloísio pode não ser dos jogadores mais conhecidos da torcida, mas é um dos maiores focos de esperança da diretoria tricolor para 2013. No último Campeonato Brasileiro, pelo rebaixado Figueirense, ele marcou 14 gols, mesmo número de Neymar, Barcos e Bruno Mineiro. Mais do que eles, só Fred e Luis Fabiano, agora seu companheiro no Morumbi.

Foi em Araranguá, também, que Aloísio se emocionou pela primeira vez com a torcida do São Paulo. Por enquanto, só pela televisão, na final da Copa Sul-Americana contra o Tigre. O apoio de 67 mil pessoas aumentou a ansiedade do atleta para se integrar ao elenco. Na próxima quinta-feira, ele estará no CT de Cotia e vai vestir a camisa tricolor pela primeira vez.

– Cara, estou louco para acabarem as férias. Ter visto a final pela televisão só aumentou a vontade de me apresentar e começar a jogar logo pelo São Paulo. O que a torcida fez foi diferenciado. Não tem como não correr e brigar muito com aquele apoio.

Conhecido como Boi Bandido em Florianópolis, pelo estilo de muita força física no ataque, Aloísio mostrou saber bem o seu lugar, pelo menos no início de sua trajetória no São Paulo. O goleador chega para ser reserva de Luis Fabiano, mas com a expectativa de participar bastante dos jogos. Em 2012, o titular sofreu com muitas lesões, além de suspensões em jogos importantes, como a semifinal do Paulista, contra o Santos, e a decisão da Sul-Americana, quando foi expulso no primeiro tempo da partida de ida, na Bombonera.

O apelido é uma referência ao touro considerado melhor animal de rodeio do Brasil, por derrubar todos os peões que tentavam montá-lo. De tão famoso, foi personagem da novela “América”, exibida pela TV Globo em 2005.

Há quem pense, no clube, que os dois poderão até jogar juntos, principalmente na Libertadores. Mas Aloísio mantém o discurso de quem está chegando. Primeiro, quer conquistar um lugar no banco de reservas, entre os relacionados. Depois, passará a brigar para estar entre os onze. Confira a íntegra da entrevista com o atacante, no tempo que o sinal do celular permitiu:

Como estão esses últimos dias de férias e a expectativa para se apresentar ao São Paulo?
Cara, estou louco para acabarem as férias. Já curti bastante em Araranguá, foi um mês excelente com minha família, meus amigos. Deu para aproveitar bem, estava há muitos anos sem vê-los. Consegui matar a saudade. Agora estou com vontade de chegar para treinar e conhecer meus novos companheiros, isso é o principal.

E como acompanhou essa reta final do São Paulo no ano, principalmente na Sul-Americana?
Fiquei torcendo muito, não só na final. Torci quase o ano todo pelo São Paulo, pela estrutura e pelo grupo que tem. A gente tem de admirar o futebol do time, os jogos que fizeram, é um time vencedor. Infelizmente houve aquele episódio na final da Sul-Americana (a confusão entre seguranças do São Paulo e a delegação do Tigre, que se recusou a voltar para o segundo tempo da partida), mas o placar só aumentaria se eles tivessem jogado.

Quando viu a festa do título pela televisão, já se imaginou em campo?
Ah, só aumentou a vontade de me apresentar logo e começar a jogar pelo São Paulo. O que a torcida fez foi diferenciado, não tem como não correr e brigar muito.

E você pensou que poderia estar em campo, já que o Luis Fabiano estava suspenso? Se você estivesse no clube, fatalmente teria jogado.
Não pensei nisso porque o São Paulo tinha grandes jogadores e eu disputei um campeonato por outro clube, meu pensamento até o fim foi no Figueirense. Mas o São Paulo tem um grande elenco.

Logo no primeiro mês vocês terão o Paulista e a primeira fase da Libertadores, um mata-mata decisivo. Como vê o início do São Paulo e o seu?
Vou chegar, me apresentar, começar a treinar e trabalhar firme para estar entre os 18 que vão para o jogo. Mais para frente também quero brigar por uma vaga no time. E temos de passar dessa fase da Libertadores. O São Paulo é uma equipe grande, nem deveria ter de disputar essa fase, temos de brigar para chegar à fase de grupos.

Você só ficou atrás de Fred e Luis Fabiano na artilharia do último Brasileiro, então a torcida espera muitos gols. Dá para repetir o desempenho num time como o São Paulo?
Vou me dedicar muito, fazer tudo o que venho fazendo nos últimos anos. Centroavante vive de gols, vou trabalhar para tentar fazer, mas a torcida pode esperar muita garra, raça e dedicação.

Por que você ficou conhecido como Boi Bandido em Florianópolis?
Por isso mesmo, pela raça, a força. A torcida do Figueirense começou a falar isso nos jogos, e pegou. Foi um apelido carinhoso, um negócio legal que aconteceu. Acabei sendo mais chamado de Boi Bandido do que de Aloísio. Pela força, pela dedicação.

Acha que esse estilo pode te favorecer, principalmente na Libertadores?
Com certeza, minhas características são mais para jogos assim, truncados. É nesse tipo de partida que me dou melhor.

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