O presidente do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, culpou “30 descontrolados” e “o estresse e as tensões sociais” pela briga entre torcedores do clube e policiais durante partida da equipe na Copa São Paulo, em Mogi das Cruzes, contra o Rondonópolis, no último domingo.
Durante o intervalo, são-paulinos que não puderam entrar no estádio Nogueirão, que já estava lotado – a entrada era franca –, entraram em conflito com a polícia militar. A confusão se estendeu para dentro da arena e deixou 15 pessoas feridas, segundo a Prefeitura de Mogi das Cruzes.
– O São Paulo e sua torcida não estão satisfeitos com as coisas que aconteceram lá. Fazem parte, infelizmente, de um fenômeno da modernidade, do estresse e das tensões sociais, e que nesta célula específica acabaram se mostrando ontem (domingo), de forma negativa – afirmou o dirigente, antes da apresentação do zagueiro Diego Lugano no CT da Barra Funda.
A Independente, maior organizada tricolor, publicou nota em seu site em que culpa a Polícia Militar pelo confronto, mesma versão de vizinhos do estádio. Durante seu pronunciamento, Leco criticou as forças de segurança, sem citar diretamente a PM.
– Hoje em dia, situações de contrariedade recebem uma reação que não é a melhor. Uma manifestação que deveria ser pacífica, de cunho sociológico e político, como a contra o aumento das passagens de ônibus, vira vandalismo e agressão – disse o presidente.
– Aconteceu por uma minoria que não tem a representatividade da torcida do São Paulo. Recebi a sugestão de um associado de que deveríamos tirar o time da Copinha. Mas, por causa de 30 pessoas descontroladas, eu estaria punindo toda a coletividade – completou Leco.
Após as cenas de violência, a FPF (Federação Paulista de Futebol) divulgou nota em que repudia “os fatos provocados pela torcida do São Paulo”. A entidade decidiu tirar o próximo confronto do clube, na Copinha, de Mogi das Cruzes. O duelo com o Flamengo, pelas quartas de final do torneio, será na quarta-feira, em Barueri, com cobrança de ingressos.
Confira a íntegra do comunicado da FPF:
“A Federação Paulista de Futebol repudia veementemente os fatos provocados por torcedores organizados do São Paulo FC na noite de domingo (17), em Mogi da Cruzes, durante partida entre São Paulo e Rondonópolis, pela quarta fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior. A FPF esclarece que o estádio do jogo, que não era considerado de risco, foi recém-inaugurado e reunia condições para abrigar a partida.
Diante dos acontecimentos, o confronto entre São Paulo e Flamengo, pelas quartas de final da competição, será disputado na Arena Barueri, em Barueri. E os ingressos serão cobrados, por medida de segurança. A FPF analisa junto aos órgãos competentes medidas que serão aplicadas para punir os responsáveis pelos fatos lamentáveis.”
Fonte: Globo Esporte
Torcida organizada nem deveria existir. Se fosse um país sério, já tinha prendido todo mundo. Fora isso, precisamos mencionar três coisas.
1) A PM trata o torcedor, organizado ou não, como bandido. Qualquer torcedor em qualquer situação. Experimente pedir ajuda para um PM na porta do estádio. Eu já presenciei e até sofri coisas absurdas. Bom, basta ver o que os policiais fazem nas manifestações.
2) O São Paulo concede algum tipo de benefício a torcidas organizadas? Desconto no ingresso, lotes de ingresso, auxílio em viagens, apoio a escola de samba e outros? Clube que faz isso parou no século passado. E aí, essa conversinha do Leco vira hipocrisia.
3) Os episódios mais abomináveis de violência sempre acontecem na Copa SP. Será que não aprendem?
Enfim, um caso sem solução.