O ex-presidente Juvenal Juvêncio voltou a atacar Carlos Miguel AIdar, atual mandatário e desafeto declarado de seu antecessor no São Paulo. O antigo dirigente do Tricolor defendeu o elenco e disse que o técnico Muricy Ramalho “está sendo cozinhado em fogo baixo”.

Tudo isso horas antes do confronto entre San Lorenzo e São Paulo, às 19h45 desta quarta-feira, no estádio Nuevo Gasometro, em Buenos Aires (Argentina), pela Taça Libertadores.

– O Muricy é muito leal. Quando o Aidar assumiu, ele disse: “o Muricy tem cargo vitalício comigo, enquanto eu estiver aqui, ele está também”. Agora, ele diz que o cargo está mantido até o final do ano. E o Muricy tem essa leitura. O Carlos Miguel fala umas coisas do Muricy mais para colar, mas “interna corpore” (internamente) diz outras coisas. O Muricy sabe o que está acontecendo verdadeiramente, e por isso que está abatido. Ele não pode se animar com uma situação dessas. E sem alegria não se joga futebol. Não há racha no elenco. O que não cola é o presidente, que é um palpiteiro, não gosta de futebol e é um amador. O que ele diz atrapalha. “Agora precisa ganhar”, e não precisava ganhar antes? – disse, em entrevista à TV Folha.

Juvenal creditou só a Aidar a culpa pela situação de crise do clube. O ex-presidente, por fim, negou que tivesse deixado o clube mal financeiramente – a crise no caixa gerou recentementeatrasos nos direitos de imagem.

– O elenco está absolutamente ajustado. Eu sei disso porque foi todo montado por mim. O Ganso é um enorme atleta, mas tem momentos em que ele não chega. Deixei R$ 20 milhões, que ele pegou e comprou o Alan Kardec. Aí disse: “Aqui não tem dinheiro. O São Paulo não é banco, tem de ter criatividade. O dinheiro é uma justificativa. Todo mundo precisa. Ele precisa administrar aquilo lá, largar de fazer a unha. Ele precisa fazer futebol. E ele faria um favor se não fosse mais à Barra Funda (local do CT Tricolor) – finalizou.

Na última segunda-feira, Aidar e Juvenal participaram da reunião do Conselho do São Paulo. Na ocasião, foram aprovadas as contas do balanço de 2014, com déficit contábil de quase R$ 100 milhões. Houve uma tentativa de adiamento da votação pelo grupo de oposição, liderado por Juvenal Juvêncio, mas isso não se confirmou. A alegação era de que faltavam documentos em relação às contas.

Também houve discussão sobre a realização de uma auditoria nos contratos elaborados na gestão de Aidar. A situação concordou com a ação, mas também queria o mesmo procedimento para vínculos elaborados na administração de Juvenal que ainda estão valendo atualmente, como a parceria com o Habib’s. Segundo o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, esse assunto veio à tona, mas não houve um requerimento oficial sobre os contratos das gestões anteriores e a questão foi considerada superada.

Fonte: Globo Esporte