Frio, Lucão teve Muricy e tios como escudo para driblar “cornetas”

Foram pelo menos três momentos muito difíceis para Lucão desde que ele deixou Cotia, aos 17 anos, para ser profissional do São Paulo na Barra Funda.

Em todos, a receita para superar foi parecida e ele trouxe do berço. É graças à frieza e serenidade que o zagueiro vai ser titular no mata-mata diante do Cruzeiro, na próxima quarta-feira, pela Copa Libertadores. Um cenário que Muricy Ramalho já pintava, mesmo quando Lucão era bastante contestado pela torcida.

Desde que retornou ao clube, nos últimos meses de 2013, Muricy avisava que Lucão tinha “um futuro brilhante à frente”. Naquela altura, o treinador já blindava o zagueiro de maneira pouco comum para quem convive com críticas sobre o pouco aproveitamento dos jovens. Funcionários do clube explicam que a personalidade serena e a maturidade de Lucão, além de suas qualidades técnicas, fizeram o então comandante bancar a revelação mesmo quando poucos acreditavam.

Em junho de 2014, o zagueiro já havia superado a primeira turbulência enfrentada que foi chegar aos profissionais com o time na luta contra o rebaixamento pelo Brasileiro. Naquele momento, Lucão assinava contrato de cinco anos com o São Paulo depois de uma negociação que se arrastou durante meses. Os valores pagos em luvas e salários foram inéditos na história são-paulina para um jogador da base com pouco tempo no elenco de cima. Fez, inclusive, com que os demais nomes de sua geração subissem sua pedida na hora de também negociar.

Enquanto a direção tratava de valores com o empresário Giuliano Bertolucci, o mesmo que foi desafeto do clube no caso Oscar, o jovem zagueiro se cansou de ser chamado de mercenário, mas manteve a calma. Mesmo com comentários públicos de diretores do São Paulo ou até de seus representantes, Lucão ficou distante e isolado de tudo. A forma como driblou os obstáculos impressionou Muricy.

Depois de consultas do Wolfsburg-ALE e do Hoffenheim-ALE, Lucão assinou e ganhou mais chances, mas teve falhas importantes durante o último Campeonato Brasileiro. Em uma atuação para esquecer, o São Paulo levou cinco gols do Fluminense no Rio. Mas, como o próprio jovem zagueiro previa, os erros cessaram aos poucos. Hoje, por mais que entenda no clube que há margem para evolução, ele consegue ficar mais próximo das expectativas que sempre criou.

Capitão são-paulino e de seleção brasileira na base, Lucão foi preparado pelos tios desde cedo para ter uma leitura profissional do futebol e não se envolver nas questões extracampo. Foram eles, sobretudo Jeferson, que atua como empresário, os responsáveis pela blindagem durante as estressantes negociações pelo contrato que assegurou tranquilidade financeira à família Cavalcante Silva Afonso. De tão marcante, a liderança dele com tão pouca idade causa preocupação no São Paulo.

Com 15 partidas na temporada, Lucão só não jogou mais que Toloi entre os zagueiros do São Paulo. Na quarta, antes de viajar para a disputa do Mundial sub-20, ele será o substituto de Dória, suspenso. A cena deve se repetir mais vezes, pois o contrato do titular termina em junho, antes da semifinal da Libertadores. Se a equipe são-paulina chegar lá, não é difícil imaginar quem vai jogar na defesa.

 

Fonte: Uol

2 comentários em “Frio, Lucão teve Muricy e tios como escudo para driblar “cornetas”

  1. Ainda não vi toda essa bola no Lucão. Até agora, e eu assisti a todos os seus jogos pelo SP, o único em que ele foi bem, a meu ver, foi no dia em que ele foi deslocado para a lateral (por necessidade), não me lembro contra quem o SP jogava. Naquele dia sim, jogou muito bem. Estou esperando que ele seja, de fato, tudo isso que a matéria conta, que os dirigentes e familiares esperam, e que o time precisa…

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