Ex-CEO do São Paulo diz ao Ministério Público que Aidar desviou dinheiro

 

O ex-CEO do São Paulo Alex Bourgeois afirmou ao Ministério Público que presenciou uma série de fatos durante a gestão de Carlos Miguel Aidar que consistem em desvios de dinheiro do clube.

De acordo com o executivo, ouvido no dia 23 de março, empresários de jogadores diziam que havia a necessidade de se pagar propina ao então presidente,por meio de sua namorada, Cinira Maturana, conforme consta no inquérito ao qual a Folha teve acesso.

“O declarante presenciou vários fatos durante a gestão de Carlos Miguel Aidar que consistem em desvios de valores do clube”, diz o documento com a transcrição do depoimento do ex-CEO.

Bourgeois não levou nenhuma prova concreta ou documento que comprove as acusações.

O órgão abriu a investigação no fim de janeiro, após receber denúncias de conselheiros, para apurar supostos crimes durante a gestão de Aidar, com foco particular na compra do zagueiro Iago Maidana, uma das polêmicas que culminou na queda do então presidente.

Bruno Poletti – 29.jan.2013/Folhapress
são Paulo, 29.01.2013 - SP - Brasil - Juliana Carreira e Alex Bourgeois, empresários - Jantar no apartamento da Cila, O jantar teve uma apresentação do projeto Sonho Brasileiro. (Foto: Bruno Poletti/Folhapress - FSP Mônica Bergamo)
Alexandre Bourgeois, ex-CEO do São Paulo, durante evento

O ex-CEO –demitido por Aidar e depois pela atual presidente Carlos Augusto de Barros e Silva afirma ter visto a namorada do na época mandatário sentada em um café da capital paulista em uma conversa com um dos intermediários do jovem jogador, que veio do Criciúma por R$ 2 milhões.

Ele também diz que Cinira viajou a Madri para negociar o zagueiro Rodrigo Caio, transferência que acabou não dando certo.

“O declarante presenciou Cinira sentada em volta de uma mesa no Octávio Café com Odoaldo Junior, que era o empresário de Maidana. O declarante imaginou que Odoaldo estava tratando com Cinira a aquisição de Maidana”, consta no depoimento de Bourgeois.

“Cinira viajou para Madri para negociar Rodrigo Caio. O declarante sabe dizer que Cinira constituiu empresa através da qual, segundo comentários, deposita valores correspondentes as comissões. Não se lembra do nome da empresa”.

Para o ex-CEO, a compra de Maidana foi superfaturada.

“O declarante não acredita que houvesse sentido em pagar R$ 2 milhões para um jogador que havia acabado de rescindir o contrato. Na opinião do declarante, o valor pago foi superfaturado”.

A transferência do zagueiro para o São Paulo se deu por uma triangulação. Ele rescindiu com o Criciúma, foi para um clube da terceira divisão do Goiano, oMonte Cristo, e então, foi para o time do Morumbi.

Ele ainda diz que existiam comentários de pagamento de comissão também para o vice-presidente, Ataíde Gil Guerreiro, mas não aponta nenhum exemplo concreto, porém.

“Muitos empresários de jogadores diziam que no São Paulo havia a necessidade de se pagar propina para o presidente, por meio de Cinira, namorada do Carlos Miguel Aidar. Existiram comentários no sentido de haver pagamento de comissão também para o vice-presidente, Ataíde Gil Guerreiro”, disse Bourgeois, ao Ministério Público.

Procurado, Ataíde Gil Guerreiro afirmou que “quem acompanha as declarações do Alex sabe que ele atribui – erradamente – a mim sua saída do clube e desde então fez o possível para ter sua revanche. Lamento profundamente que ele tenha ficado cego a ponto de fazer ilações seríssimas a um órgão público sem qualquer tipo indícios e com base no “ouvi dizer” apenas para me prejudicar pessoalmente, e essas declarações mentirosas certamente trazem prejuízos profissionais não só a mim como aos meus sócios. Caráter e honra são valores que carrego comigo desde sempre e jamais fui questionado até mesmo por aqueles que não gostam de mim. Ele responderá civil e criminalmente pelo que declarou, só por falso testemunho a autoridade a pena é de dois a quatro anos de prisão”.

Já Carlos Miguel Aidar se pronunciou por meio de seu advogado.

“Esse senhor conseguiu a proeza de em 30 dias ser demitido por duas diretorias opostas. Ele é um desafeto conhecido do ex-presidente Carlos Miguel Aidar, portanto todas as suas colocações devem ser analisadas com muita reserva. Além disso, o seu depoimento permanece isolado diante dos outros testemunhos que foram apresentados. Vou analisar a possibilidade de interpela-lo judicialmente a respeito de tais afirmações”, afirmou José Luis Oliveira Lima.

Cinira Maturana não atendeu às ligações e Odoaldo Junior não foi localizado.

Fonte: Folha SP

 

Nota do PP: nada diferente do que o Tricolornaweb denunciou ao longo dos tempos, que culminou com a renúncia de Aidar e agora vem sendo comprovado através de depoimentos na Justiça, já que a Comissão Disciplinar do Conselho Deliberativo do São Paulo continua teimando em não enxergar.

3 comentários em “Ex-CEO do São Paulo diz ao Ministério Público que Aidar desviou dinheiro

  1. Cara, o que falta para esse Aidar ser preso?
    Paulo, tem alguma informação desse Cinira, como que eu ouvir falar, em sua tentativa de ganhar em cima da transferência do R. Caio?
    Abraço

    • Sim, foi denúncia do Tricolornaweb ano passado. Ela foi quem “melou” a transferência do Rodrigo Caio, pois tentou pegar dinheiro e o empresário do jogador a colocou para fora do quarto, em Madri. Por isso não deu certo.

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