Erros e fritura de oposição com organizada: como foi queda de diretor do SP

Brindado com memes que exaltavam sua capacidade de negociação há alguns meses, quando garantiu a contratação de Maicon do Porto (POR), Gustavo Vieira de Oliveira deixou o comando do futebol do São Paulo. Por trás da decisão, evidentes problemas na montagem do elenco para o segundo semestre, com maus resultados em campo, aliados a um ambiente político extremamente hostil, com pressão simultânea de oposição e torcidas organizadas.

Veja pontos que desgastaram o agora ex-diretor executivo de futebol e que foram preponderantes para sua queda.

Planejamento não se sustentou: do céu ao inferno

Após um primeiro semestre produtivo, com semifinais da Libertadores, Gustavo chegou a ficar em alta: as contratações de Calleri e Maicon, a chegada de Bauza, a volta de Lugano e o desempenho da equipe fecharam os primeiros meses com saldo positivo no futebol.

A direção são-paulina, entretanto, não se preparou para a perda de peças que já sinalizavam que sairiam, como Calleri e Ganso. Vieram Cueva, Chavez, Gilberto e outros, mas o desempenho do time dentro de campo caiu.

Bauza abandonou o trabalho para assumir a Argentina, mas não sem antes convencer a cúpula são-paulina a investir na vinda de Buffarini – o lateral teve começo irregular. Sem peças à altura, o São Paulo sofreu derrota contundente contra o Juventude, que disputa a Série C, e flerta com a zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

As organizadas: ruptura com diretoria, aproximação com a oposição

O presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, rompeu com as organizadas do clube, em julho, após confusão com torcedores comuns no entorno do Morumbi. Enquanto a direção se afastou das torcidas, a oposição se aproximou e teve papel importante no processo de fritura do diretor executivo.

Em junho deste ano, o empresário Abilio Diniz, influente no clube e que rompeu com Leco, se tornando opositor, admitiu ao UOL Esporte ter ajudado a financiar o carnaval da Torcida Independente. Dias antes da invasão ao Centro de Treinamento no último dia 27, Newton do Chapéu, candidado à presidência derrotado pela oposição, compareceu a um samba organizado pela torcida e compartilhou imagens nas redes sociais.

O último episódio envolvendo política e organizadas no clube ocorreu na última segunda-feira, em reunião do Conselho Deliberativo. O conselheiro e coordenador de oposição Antônio Donizeti, o Dedé, acusou o vice-presidente de comunicação José Francisco Manssur de passar seus dados pessoais à organizada, para que esta fosse agredí-lo. Manssur negou a acusação; procurado, Dedé orientou a procurar seu advogado, José Edgard Galvão.

Galvão tem ligações antigas com a Independente, já advogou para a torcida e comparece frequentemente à eventos por ela organizados. Foi também diretor na gestão de Carlos Miguel Aidar. Procurado pela reportagem, não atendeu aos telefonemas.

Campanha simultânea: fora Gustavo

Nas últimas semanas, membros da oposição do São Paulo compartilharam nas redes sociais um abaixo-assinado pedindo a saída de Gustavo Vieira de Oliveira. O mesmo documento foi compartilhado pelas redes oficiais da Torcida Independente e por Alexandre Bourgeois, CEO indicado ao clube por Abílio Diniz e que chegou a ocupar cargo nas gestões de Aidar e de Leco.

Na medida em que fez duras críticas a Gustavo, a torcida chegou a apontar Abílio Diniz como solução, e fez elogios ao empresário no dia 15 de agosto. Bourgeois, por sua vez, juntamente com outros opositores, foram às redes logo após à invasão do CT, indicando que o São Paulo teria aberto os portões propositalmente.

Futuro indefinido

Sem Gustavo, o São Paulo deve procurar nos próximos dias Marco Aurélio Cunha. Cunha já foi um dos líderes da oposição são-paulina, além de ter passagem de sucesso pelo departamento de futebol no Morumbi. A aposta pode trazer a receita para estancar a crise são-paulina.

Dentro de campo, os reforços Jean Carlos e Moisés (meia e atacante) devem ser apresentados em breve. O time volta a campo no domingo quando recebe o Figueirense, no Morumbi.

 

Fonte: Uol

Um comentário em “Erros e fritura de oposição com organizada: como foi queda de diretor do SP

  1. Ter oposição no clube é até saudavel, agora oposição que se junta com torcidas organizadas, para conturbar o ambiente tem que ser excluidos do clube.
    Nunca me passou pela cabeça que dentro do São Paulo FC, tinha oposição pão com mortadela, eu achava que só tinha no PT, como o falecido JJ éra amigo do molusco deve ter feito escola no morumbi.

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