O goleiro Denis, do São Paulo, vê evolução pessoal na sua saída do gol em bolas cruzadas na área. Substituto de Rogério Ceni, ele fez nesta quinta-feira uma avaliação do próprio trabalho desde o início do ano até hoje, quase dez meses depois. Ele creditou as falhas do início da temporada à ansiedade de entrar na vaga de um dos maiores ídolos do clube.

– Não acredito que foi má formação (de base). Comecei na base da Ponte Preta e fui muito bem auxiliado nessa parte. Acredito que o que me prejudicou no começo do ano foi a ansiedade de querer fazer tudo o que não fiz em todos anos que não joguei. Isso me atrapalhava. Na zona dos zagueiros, eu atrapalhava a eles e me atrapalhava. Melhorei, porque a cada jogo em que poderia ter defendido uma bola, procurava rever as partidas inteiras – disse.

A melhora no fundamento, segundo Denis, é fruto da ajuda nos treinos do preparador de goleiros Carlos Gallo, convocado para três Copas do Mundo pela Seleção (78, 82 e 86), e de um coaching profissional, responsável por dar auxílio psicológico ao goleiro.

– Prestei atenção no que poderia fazer para não sofrer os gols e pedi ajuda ao treinador de goleiros. Treinei cada dia mais e fui evoluindo jogo a jogo. Essa parte foi uma grande melhora. Também psicologicamente. Procurei um coaching e converso com a psicóloga do clube (Anahy Couto). Era uma pressão grande substituir o maior ídolo do clube – afirmou.

Apesar da melhora, Denis reconhece a dificuldade do São Paulo nas bolas paradas defensivas. O time sofreu os últimos seis gols no Brasileirão em jogadas de faltas, escanteios e pênaltis. Por isso, Ricardo Gomes trabalhou nos treinos desta semana para corrigir as falhas, pensando no duelo de sábado, com o Flamengo, no Morumbi.

– A bola parada preocupa muito. Nos últimos jogos sofremos muitos gols assim, coisa que não vinha acontecendo. Por isso, ontem e hoje o Ricardo Gomes bateu muito nessa tecla, para diminuir nossos erros –afirmou.

Mesmo com o segundo pior ataque do Brasileirão (27 gols), à frente apenas do América-MG (19), Denis não põe culpa só nos atacantes pela falta de bolas na rede. O goleiro pede ajuda de todos no São Paulo para mudar a situação do time, a quatro pontos da zona de rebaixamento.

– Não posso pensar só no ataque. Foi o setor que mais foi mexido no ano. Os jogadores que saíram tinham muita qualidade. Os que chegaram também têm, mas é difícil entrosar. Não tem de colocar defesa ou ataque. O time inteiro está mal na tabela. Todos precisam se ajudar a fazer gols, como atacantes também ajudam na defesa. É uma equipe, um elenco.

O Tricolor encerrará a semana cheia de treinos nesta sexta-feira, quando fará a última atividade no Morumbi, palco do jogo contra o Flamengo.

Fonte: Globo Esporte