Amigo e compatriota de Diego Lugano, Darío Pereyra está certo de que o zagueiro será fundamental para o São Paulo na temporada. Mas o ídolo do clube nos anos 1970 e 1980 ressalta que o uruguaio, que acaba de retomar a camisa 5 do Tricolor, não fará milagres sozinho.

“Um time não se faz só com um ídolo e um capitão. Sozinho, o Lugano não carrega o time. Ele comanda a defesa, mas precisa de um volante e um meia que organiza para mudar o jogo, por exemplo. Um time precisa de três ou quatro líderes. Um treinador tem vários líderes, é o que salva o time ”, disse Darío Pereyra durante sua participação no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, nesse domingo.

O ex-zagueiro aposta em Lugano, inclusive, como aliado em campo do técnico argentino Edgardo Bauza. “O jogador sempre vai respeitar o treinador e acaba ajudando, assim como o treinador respeita o ídolo e sabe que ele vai acabar ajudando, porque o time precisa de ídolos, inclusive para passar orientações na mesma língua. Mas não é só isso”, repetiu.

Bicampeão brasileiro (1977 e 1986) e tetracampeão paulista (1980, 1981, 1985 e 1987) pelo São Paulo, Darío Pereyra, que também comandou o time no fim dos anos 1990, ressalta o profissionalismo de Lugano e o compara a Zé Roberto, do Palmeiras, e Ricardo Oliveira, do Santos, para garantir que é possível jogar em alto nível com 35 anos de idade. Inclusive pela liderança.

“O Lugano será muito bom para organizar a defesa. O Rodrigo Caio e o Lucão são mais novos e víamos a defesa um pouco insegura, sem entrosamento com os laterais. O Lugano será importantíssimo não só pelo que joga, mas para passar tranquilidade e indicações. Será fundamental”, apostou o ex-zagueiro.

“Com a saída do Rogério Ceni, o São Paulo precisa de ídolos, jogadores com garra e raça em campo, e que também possam conversar com os companheiros antes e durante os jogos. Será como um orientador, conversando com os companheiros quando termina o jogo e nos dias seguintes, avisando que a linha não está boa, falando da cobertura… Quando o time está perdido em campo, quem manda são os jogadores”, prosseguiu Darío Pereyra.

A aposta do ex-jogador é de que a equipe crescerá ao longo da temporada e pode, sim, sonhar com o tetracampeonato da Libertadores. “O São Paulo teve mais jogadores saindo do que vindo e está em formação. Não o vejo como um time bom para ser campeão da Libertadores. Mas pode crescer no decorrer da competição, assim como o Corinthians”, declarou.