Cuca implementa marcação por encaixes individuais no São Paulo

Na entrevista coletiva após o segundo jogo contra o Corinthians na final do Campeonato Paulista, Cuca afirmou que começaria a introduzir aspectos de seu trabalho autoral no início do Campeonato Brasileiro. Depois da parceria com Vagner Mancini na reta final do estadual, já é possível identificar traços do novo comando técnico do São Paulo, principalmente em relação à marcação, que passou a ser por encaixes individuais.

Essa forma de defender esteve sempre presente nos trabalhos de Cuca, que tem como um de seus principais pilares a pressão em cima do jogador adversário que está com a posse de bola. Dessa forma, o treinador prega que seus jogadores sejam intensos no momento da transição defensiva, tirando o espaço do oponente no instante seguinte à perda da bola.

A partir desse momento aparecem os encaixes. O treinador define quais são os alvos de cada um de seus comandados, que serão responsáveis por perseguir os oponentes por todo o campo. Ou seja, o atleta do São Paulo vai para a partida já sabendo quem ele deverá marcar, sendo que os encaixes só podem ser trocados por ordem do técnico.

É por esse motivo que é comum ver os pontas do São Paulo, como Antony e Everton, marcando atrás da linha dos laterais do próprio time, ou até mesmo ver os zagueiros perseguindo atacantes até a intermediária. Nas partidas contra o Corinthians na final do Paulista, por exemplo, Hudson, que estava jogando como lateral-direito, frequentemente atravessava o campo para acompanhar Clayson, que trazia a bola para dentro.

A marcação por encaixes individuais busca, além de deixar o adversário sem tempo para pensar, evitar que algum oponente esteja livre para receber a bola. A grande vantagem das perseguições está na possibilidade de pressionar e recuperar a posse em um setor do campo mais próximo do gol adversário, encurtando o espaço até a zona de finalização.

Ao contrário da marcação por zona, que se orienta pelo espaço e pelos setores do campo que o time está defendendo, a defesa com perseguições individuais tem sempre como referência o adversário, fator esse que pode ser manipulado pelo oponente. Isso porque o time que está atacando pode se movimentar de uma forma que desloque os defensores que estão marcando encaixados, gerando novos espaços para serem aproveitados, principalmente se algum marcador estiver desatento e não acompanhar o seu alvo.

O estilo de marcação que faz parte do modelo de jogo de Cuca também exige muito fisicamente de seus jogadores, já que muitas vezes têm de percorrer longas distâncias atrás de seus respectivos oponentes. O desgaste físico pode desembocar em lesões no elenco, que inclusive têm sido um problema para o São Paulo na temporada. Arboleda, Liziero, Hernanes, Everton e Pablo são alguns dos jogadores que já sofreram com afastamentos por motivos médicos desde o início do ano.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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