O clássico entre São Paulo e Corinthians, neste quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), no Morumbi, pela primeira partida da decisão da Recopa Sul-Americana, colocará frente a frente dois treinadores em situações completamente diferentes. Enquanto um é campeão mundial, venceu recentemente o Paulistão e vive em lua de mel a torcida mesmo após a eliminação na Taça Libertadores da América deste ano, o outro lida com a pressão de reestruturar um grupo que ainda não convenceu em 2013 conta com o sucesso nesta disputa para seguir no cargo, já que não tem respaldo tão grande internamente.
Ney Franco está na corda bamba. A situação do técnico tricolor não é confortável após ter caído nas oitavas de final da Libertadores e na semifinal do Campeonato Paulista. A diretoria garantiu o treinador no cargo, mas uma derrota diante do Corinthians pode complicar a situação. Nem mesmo a conquista da Copa Sul-Americana, no ano passado, serviu para acalmar os ânimos e trazer paz ao trabalho do comandante.
Desde a saída de Lucas – negociado no meio do ano passado, mas que se transferiu apenas no começo de 2013 para o PSG –, o técnico testou várias formações táticas. Insistiu no 4-2-3-1, mesmo sem ter um substituto para o atacante e demorou a dar oportunidades para Ganso, tudo além de ter entrado em conflito com alguns atletas, casos de Lúcio, Ganso e Fabrício. O resultado disso tudo foi manifestação da torcida, que pediu a volta de Muricy Ramalho ao clube.
Após eliminações, Juvenal afastou jogadores e manteve Ney (Foto: Moisés Nascimento/Estadão Conteúdo)Apesar dos momentos conturbados vividos no comando da equipe nos últimos meses, Ney Franco não vê os clássicos da Recopa Sul-Americana como decisivos sobre seu futuro no Tricolor.
– Não me sinto pressionado. Trabalho da mesma forma de quando eu cheguei. O treinador do clube grande sempre é pressionado para vencer. É uma pressão normal de cargo de treinador do São Paulo. Coisa que você controla por já ter passado por outros lugares – explicou.
Por outro lado, Tite está bem tranqüilo no comando do Corinthians. O título da Libertadores do ano passado deu ao comandante um status que poucos tiveram ao longo da história. Nem mesmo a eliminação na edição deste ano fez com que o treinador corresse risco.
Prestigiado com Gobbi e torcida, Tite vive situação tranquila no Corinthians (Foto: Rodrigo Faber)Outro aspecto que favorece aos alvinegros está no ambiente. Se no Morumbi o clima de desconfiança predomina em 2013, o Corinthians está longe de viver qualquer problema. Para manter o elenco nos eixos, por exemplo, Tite optou por afastar Jorge Henrique, que não vinha tendo uma conduta considerada aceitável pelo comandante.
Mas nada disso refletira dentro de campo, segundo o corintiano. Mesmo em situação mais confortável, Tite aposta em duelos complicados contra o rival.
– São duas grandes equipes. O São Paulo fez uma Libertadores apertada. Mas, o nosso jogo mais difícil no Paulista foi contra eles, com disputa de penalidades. Se eu tivesse só uma preocupação com o São Paulo, eu não diria, mas são muitas. O São Paulo tem um grande time. Jadson e Ganso, o Ney está conseguindo mexer melhor nas peças com o tempo. São os meias clássicos deles – afirmou.
Fonte: Globo Esporte