Com gols e participações, São Paulo vê Hernanes como ‘Kaká mais letal’

Bom ambiente, exemplo, liderança, consciência tática, extensão da comissão técnica. Tais atributos são utilizados no São Paulo para avaliar a segunda passagem de Hernanes pelo clube, que tem pouco tempo, mas já remete a outro ídolo que retornou recentemente: Kaká. Assim como o Profeta, em 2014 o meia foi apontado como o principal condutor do time que terminou como vice-campeão brasileiro. Havia diferenças consideráveis entre momento e formação dos times, mas nos números o atual camisa 15 se mostra ainda superior ao consagrado craque mundial.

Principal jogador do São Paulo na instável campanha do Campeonato Brasileiro, Hernanes é mais assíduo e faz mais gols do que Kaká analisando apenas as duas últimas passagens. Em 2014, o atual jogador do Orlando City (EUA) veio para jogar o segundo semestre e deixou saudade, mas os números ficam abaixo. Kaká disputou 24 partidas de 34 possíveis e anotou três gols, média de um a cada oito jogos. Já o Profeta disputou 14 jogos desde que retornou no meio do ano, sem ficar fora de nenhum, e já balançou as redes oito vezes, média de praticamente um gol a cada dois jogos.

Curiosamente, Kaká e Hernanes retornaram ao São Paulo com a mesma idade: 32 anos. O meia eleito melhor do mundo em 2007, no entanto, sofreu com sua condição física. Com histórico de lesões musculares na carreira, o jogador precisava de cuidados especiais do departamento médico do clube e tinha recuperação mais complexa entre um jogo e outro. Esses fatores fizeram com que ficasse fora de algumas partidas, sem comprometer o planejamento do tempo, de acordo com a comissão técnica da época, comandada por Muricy Ramalho. Já Hernanes apresentou ótima condição em sua chegada ao clube até porque vinha treinando normalmente no Herbei Fortune (CHI), clube que o emprestou. Ainda não perdeu nenhum jogo, embora esteja pendurado no Brasileiro.

Apesar dos números melhores, a importância extracampo dos dois ídolos é medida de maneira semelhante no São Paulo. A grandeza de Kaká, pelo que representa para o clube e para o futebol mundial, foge de comparações. Conviveu com elenco de outras estrelas, como Ganso, Pato e Luis Fabiano, e mesmo assim conseguiu ser exemplo de humildade e dedicação. Era um dos primeiros a chegar aos treinos, dos últimos a sair. Tal empenho foi apontado como um dos motivos do ótimo desempenho de Ganso na época, por exemplo.

Kaká também era espelho para os mais jovens, como Rodrigo Caio, o meia Boschilia, atualmente no Monaco (FRA) e o atacante Ewandro, da Udinese (ITA). Agora, o mesmo acontece com Hernanes, admirado por garotos como Lucas Fernandes, que já ganhou apelido de Profetinha, Militão e Shaylon, entre outros.

Outro fator importante que une os dois jogadores formados pelo São Paulo é a questão tática e relação com a comissão técnica. Ambos são vistos como ótimos em fazer a leitura de jogo e passar isso aos companheiros em campo. Funcionam como uma espécie de extensão do treinador em campo. Não à toa, são frequentes as conversas de Dorival Júnior com Hernanes nos treinos, como nesta terça-feira. O mesmo acontecia com Muricy e Kaká em 2014. De tal forma que havia quem dizia que o meia tinha participação fundamental na montagem do time, considerado um exagero pelos profissionais do clube.

Kaká e Hernanes são jogadores cujos perfis se encaixam no que o São Paulo considera o DNA do clube. Liderança técnica e tática, postura dentro e fora de campo. Até por isso, há o pensamento de ter ambos juntos em 2018. Kaká já anunciou que não ficará no Orlando City em 2018 e deixou aberta a possibilidade de retornar para uma terceira passagem e pendurar as chuteiras. Hernanes está emprestado até junho do ano que vem. Farão uma dupla? É possível, mas antes disso o time precisa se livrar de vez da zona do rebaixamento. Com o Profeta.

 

Fonte: Lance

2 comentários em “Com gols e participações, São Paulo vê Hernanes como ‘Kaká mais letal’

  1. Engana-se quem acha que o futebol se jogo somente com os pés. Uma boa cabeça é fundamental para o desempenho em campo e fora dele. A era de atletas nos moldes do “Garrincha” e de outros em que a arte se sobrepunha ao atleta está morta. No futebol de hoje, o craque se faz com muito treinamento, condição física e, principalmente, uma boa estrutura mental, dentro e fora de campo. Nesse rol de jogadores podemos encaixar o Profeta, Kaká, Rogério Ceni e outros poucos.

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