Clubes são comandados por quem quer poder pelo poder, diz ex-CEO do SP

Entre idas e vindas em duas passagens-relâmpago pelo São Paulo, o CEO Alexandre Bourgeois não durou nem quatro meses ao todo no Morumbi. O breve período como alto executivo do tricolor, porém, serviu para ele reafirmar sua convicção na gestão profissional no futebol e, além disso, conhecer de perto as estruturas do futebol brasileiro.

Nesta terça-feira (9), durante participação no ExpoFUT, evento para discutir o futebol nacional realizado na Arena Corinthians, Bourgeois disse que os clubes são “agremiações políticas que jogam futebol”, onde muitas vezes o que vale é “o poder pelo poder”. Para ele, é natural que haja resistência na desconstrução dessa cultura.

Eu já participei de muitas mudanças de indústrias que se profissionalizaram, a resistência é totalmente normal, não me assusta, faz parte do processo. Mas precisa entender que, em um mundo globalizado, no qual a diferença financeira é brutal entre Brasil e Europa, você só vai competir com igualdade financeira, que só vem através de gestão. Por meio disso, você pode gerar outras receitas, controlar gastos, que é uma coisa muito importante. Profissionais que treinaram para isso dão mais chance de êxito”, afirmou o ex-CEO do São Paulo, que explicou sua visão.

“Isso ainda acontece por poderes políticos. Clubes são agremiações políticas que jogam futebol. É o poder pelo poder. Um executivo tomando conta [de um clube] é ter uma visão grandiosa do que é o poder. Tem que pensar: ‘vou profissionalizar, eu vou me dar bem com isso’. Mas pensam pequeno: ‘não quero ninguém fazendo sombra, vou ficar aqui, pequenininho, mas pelo menos eu comando'”, disse.

Na opinião de Bourgeois, um dos passos importantes para transformar o futebol brasileiro é fortalecer as ligas de clubes – em detrimento da CBF no comando do futebol nacional.

Eu acho muito interessante [a Primeira Liga]. É um passo importante dentro dos clubes se auto-organizarem, é muito importante. Só acho que a liga deveria iniciar, já que é pra ser diferente, e quebrar o vínculo total com a CBF, o comando deveria aproveitar para ser moderno, implementar gestão profissional, com ideias modernas, profissionalismo. Esse seria o caminho que o futebol no Brasil precisa e todos gostariam de ver”, opinou.

 

Fonte: Uol

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