Ceni ‘remói todos os dias’ assunto aposentadoria e pai não interfere

Pergunte a qualquer pessoa próxima de Rogério Ceni se o goleiro vai se aposentar ou renovar o contrato no fim do ano para ouvir uma resposta semelhante: ele não tem falado muito sobre isso. Alguns apontam otimismo, outros nem tanto, mas ninguém crava qual será a decisão do maior ídolo do São Paulo.

Ninguém diz porque nem o próprio Rogério fala abertamente sobre o tema. Na Colômbia, minutos após a classificação para a semifinal da Copa Sul-Americana, o Mito foi questionado pelo LANCE!Net sobre o que passava na cabeça dele:

– Nem eu às vezes sei o que se passa. É uma situação que remói a cada conjunto, a cada dia de treinamento, a cada 90 minutos vai mexendo com você. E têm algumas situações fora do futebol que dificultam essa última palavra, mas vai ser feito o melhor que tiver de ser feito. (Convicção) esse é o mais importante.

As questões extra-campo ditas por Ceni são pessoais. Procurado pela reportagem, o pai dele, Eurydes Ceni, disse desconhecer que motivos seriam esses. De Sinop (MT), o pai mantém contato direto com o capitão, mas não quer ter influência na decisão que mais atormenta a vida dos jogadores de futebol.

O marketing são-paulino havia planejado reuniões, mas todas foram canceladas pelo momento. A atual diretoria passou a declarar que acredita na permanência do ídolo.

No início da temporada, Rogério dizia claramente que este era o seu último ano de carreira. Com o passar do tempo, o discurso mudou e o goleiro mostra que está em dúvida.

As boas atuações e a possibilidade de ser bicampeão da Copa Sul-Americana têm dois lados. Enquanto alguns apostam que esses fatos podem entusiasmar o camisa 01 e fazer com que ele renove, outros veem o contrário. Com mais uma taça, Rogério poderia parar com a cabeça tranquila e no auge, como foi durante quase toda a sua carreira.

Já é dia 8 de novembro. Falta cerca de um mês e meio para o Mito tomar a decisão definitiva.

– Confira um Bate-Bola com Rogério Ceni, em entrevista ao LANCE!Net, na Colômbia:

O São Paulo recuperou a sua história nesta temporada?
Na verdade, a gente faz a história a cada dia, a cada dia a gente escreve uma página, e como toda história, por mais que o final seja feliz, tem percalços no caminho. Passamos por momentos difíceis, e temos ainda a possibilidade de conquistar um título. E no Brasileirão o principal feito nosso foi tirar o São Paulo de um lugar em que muita gente nos deu por morto. Diziam que se escapasse seria na última rodada. Confesso que até a mim fazer 46 pontos tão rápido surpreendeu.

A grandeza da camisa do São Paulo foi fundamental nessa recuperação durante esta temporada?
A camisa é uma coisa importante, a tradição, torcida, são coisas que contam muito em momentos delicados. Acho que o torcedor foi peça fundamental na recuperação. E um desejo de vencer, exemplo de muita gente, de garra, luta que contagiou o torcedor. O São Paulo trouxe de volta ao estádio. O marketing foi inteligente, de trazer (a torcida) antes que acontecesse o pior.

– Confira um Bate-Bola com Eurydes Ceni, pai de Rogério Ceni, por telefone:

O senhor tem conversado com o Rogério? Como está a cabeça dele em relação à aposentadoria?
Eu tenho conversado com ele, mas não tenho conversado sobre esse assunto. Ele tem a cabeça no lugar, eu vou deixar a critério exclusivamente dele. O que ele decidir, eu vou acatar. Eu não interfiro nessa decisão. Ele sempre soube conduzir a carreira dele da melhor forma e vai tomar a decisão certa.

Ele tem dito que situações fora do futebol dificultam tomar a decisão final. O senhor sabe quais situações são essas?
Não imagino, sinceramente. Como eu acabei de falar, ele sempre soube conduzir a carreira da melhor forma e a gente vai aguardar a decisão que ele tomar.

Está feliz e gostando dos últimos jogos que o Rogério tem feito?
Eu estou gostando. Eu sei que, se ele quiser continuar, ele tem condições de atuar em bom nível por mais um ano. Eu tenho acompanhado, eu não perco um jogo. Por maior atração que tiver na face da terra, eu não perco um jogo dele. Como pai, é a maior alegria para mim vê-lo em campo. Eu não quero pedir para ele ficar, essa decisão cabe a ele.

A chegada do Muricy e as vitórias mudaram muito a alegria dele?
O Muricy chegou e o time começou a ganhar. O Rogério sempre gostou de ganhar, ele não gosta de perder nem no truco. Está muito mais animado pelas vitórias. Aquele clima de rebaixamento deixa a pessoa frustrada e decepcionada.

Fonte: Lance

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