Ceni relembra início de carreira e vê ano da aposentadoria como “dádiva”

Com a aposentadoria cada vez mais próxima, Rogério Ceni conhece bem o sentimento de subir ao gramado do Morumbi como jogador do São Paulo. Afinal, sua primeira partida como titular do Tricolor completou 22 anos nesta semana – a estreia ocorreu no dia 25 de junho de 1993, na goleada por 4 a 1 sobre os espanhóis do Tenerife. O capitão parece se lembrar das primeiras experiências com detalhes.

“É muito difícil descrever, a história foi se escrevendo por si só. Seria hipocrisia da minha parte dizer que eu imaginava que ficaria aqui por 25 anos. Para qualquer atleta no futebol brasileiro, ter a oportunidade de iniciar a carreira em um clube dessa magnitude e permanecer por tanto tempo é algo indescritível, sem dúvida”, comentou o goleiro-artilheiro, com 128 gols na carreira.

“Essa afinidade foi crescendo cada vez mais, foi ficando difícil viver para o futebol sem ser com essa camisa. Tenho muito orgulho de estar encerrando a carreira com esse mesmo uniforme. As coisas aconteceram de forma natural, grandes jogos, grandes conquistas… É claro que houve perdas e derrotas que foram lamentadas, mas também muitas comemorações”, prosseguiu.

Questionado sobre a ansiedade para o Choque-Rei deste domingo, contra o Palmeiras, no Palestra Itália, Ceni respondeu de forma emocionada. “Clássico é sempre diferente, sempre gostoso de se jogar. Os clássicos regionais mexem muito com a população. Não sei os números exatos contra o Palmeiras, mas para mim é sempre bacana, uma novidade a cada clássico. O passado é uma história e o presente é sempre uma dádiva de Deus. É disso que é feita a vida.

Segundo o capitão, a sua trajetória construída no São Paulo fluiu com naturalidade. “A história se escreve naturalmente, ela caminhou para isso. O profissionalismo, a dedicação da minha parte, e também a contrapartida do clube, com a amizade, os vínculos criados… Não é fácil passar 25 anos nem na vida com a família, imagina estar dentro do mesmo clube durante todo esse tempo”, brincou Ceni, que ainda se lembra do primeiro contato com o Morumbi.

“Eu lembro quando cheguei aqui e passei pela primeira vez do lado de fora do Morumbi… A minha primeira impressão foi de assombro, jamais tinha imaginado que algo desse tamanho existia. O momento em que você sai do túnel para a entrada no campo é sempre muito especial, não importa quanto tempo depois”, analisou Ceni.

Por fim, o ídolo tricolor comentou a proximidade com o torcedor são-paulino na noite desta sexta-feira, quando o Morumbi foi palco de um jogo festivo com torcedores. “Normalmente, eu tenho o contato mais distante no estádio com o torcedor. Você escuta o grito, o canto. Quando joga com eles, dá para ver a admiração deles pelo momento que estão vivendo ali. Você passa a ter o mesmo sentimento deles, ver qual é o sentimento do são-paulino com essa proximidade. É uma motivação a mais para mim. Já estive sentado assistindo a um jogo, sei como é, e ter a oportunidade de jogar no Morumbi com quem sempre me apoia é incrível”, concluiu Rogério Ceni.

Djalma Vassão/Gazeta Press

Rogério Ceni destacou o orgulho por encerrar a carreira com a mesma camisa que o projetou
Fonte: Gazeta Esportiva

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