Ceni dá adeus à Libertadores com 1ª derrota nos pênaltis e choro contido

Em 5 de agosto de 2010, o São Paulo caiu para o Internacional no Morumbi na semifinal da Copa Libertadores da América. Abraçado por Hernanes e Denis e chorando copiosamente, Rogério Ceni deixou o gramado desolado. Aos 37 anos idade, ele tinha certeza de que aquela era a última chance de ser campeão de seu torneio favorito. Parecia prever o que enfrentaria.

Ceni voltaria a disputar a Libertadores em 2013, mas viu um Tricolor fragilizado ser engolido pelo Atlético-MG nas oitavas de final. A relação com a competição internacional já não tinha mais capítulos à vista, até que a boa campanha no Campeonato Brasileiro do ano passado convenceu o ídolo são-paulino a renovar o contrato até 5 de agosto de 2015. Exatamente a data do término da Libertadores.

Na última quarta-feira, no Mineirão, Rogério tinha consigo um time melhor do que em 2013. Diferentemente de 2010, tinha um placar favorável na bagagem. Apesar de tudo isso, viu um jogo ruim de seus pares levar a decisão para os pênaltis contra o Cruzeiro. E o goleiro-artilheiro, que há quatro disputas de penalidades não agarrava nem sequer uma cobrança, cresceu baseado em outras estatísticas.

O Mito nunca havia sido derrotado nos pênaltis em Libertadores. Em 2004, contra o Rosário Central (ARG) nas oitavas de final, pegou duas cobranças, converteu uma e classificou o São Paulo. Em 2006, contra o Estudiantes (ARG), defendeu e marcou mais uma vez. Em 2010, contra o Universitario (PER) errou sua batida, mas usou as mãos para ser herói. Contra o Cruzeiro em 2015, nem o gol e as duas defesas foram suficientes.

– Acho que a derrota, da forma que foi, com ele pegando os pênaltis, fazendo gol, abala muito. Não dá para ficar falando muito. É uma pena que a gente não possa levá-lo adiante nesta competição – ponderou Paulo Henrique Ganso.

Em 13 de maio de 2015, Rogério Ceni saiu de campo com a certeza de que fez sua última partida pela Libertadores. Dessta vez não buscou o abraço de nenhum companheiro para chorar. Engoliu seco para dizer aos jornalistas que preferia o silêncio e teve dificuldades para segurar as lágrimas. Uma frustração do tamanho de sua história, que abalou os outros jogadores.

– Ele está muito triste pelo fato de não ter se classificado. Todo mundo sabe que foi a última libertadores dele. É normal um vencedor como ele estar triste neste momento. Doeu da mesma forma, tendo defendido os pênaltis ou não, perdeu. Pegou dois e não deu. Se tivesse pego um só e ganho, ele estaria muito mais feliz agora. Posso afirmar isso – lamentou Michel Bastos.

Fonte: Lance

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