Alvaro Pereira virou uma baixa inesperada para o São Paulo em 2015. Depois de entrar em acordo com a diretoria, ele foi liberado para o Estudiantes, da Argentina, mediante compensação financeira. Mesmo fora, as características do uruguaio serão mantidas no elenco do Tricolor, sobretudo pelo legado deixado por ele. É o que diz o goleiro Rogério Ceni.

O capitão rasgou elogios aos lateral-esquerdo e falou sobre o aprendizado que ele e Kaká, que saíram do clube neste ano, deixam para os companheiros, e fez até uma comparação com o ídolo Lugano.

– O Alvaro é um baita parceiro, temos de tirar o chapéu. Assim como o Kaká, acrescentou muita coisa de nunca desistir, estar sempre motivado. O Alvaro trouxe o que Lugano trouxe em 2003, 2004, quando veio, aquela alma e vontade de vencer, o jeito uruguaio de jogar, acrescentou muito. Foi um exemplo para nós e agradecemos muito a passagem dele. O grupo todo fez um agradecimento especial para ele pelo tempo de convivência. Para o torcedor tambem serviu de fonte de inspiração. E o Kaká não se pode repor pelo seu talento e brilho pessoal, nao só dentro, como tudo fora de campo. É impossivel substituir – falou.

Souza reproduziu as palavras do capitão e ídolo Rogério Ceni para explicar como o lateral deixou ensinamentos aos jogadores, situação comparada ao caso de Kaká, atualmente no Orlando City.

– Fomos pegos de surpresa com ele se despedindo. A gente via que ele estava incomodado com a situação dele. Todo jogador quer jogar. Ele é um amigo desde a época do Porto. E o Rogério falou algo que marcou bastante: ele deixou um legado muito legal de raça e alma. Em pouco tempo conquistou a torcida do São Paulo. Assim como o Kaká deixou um bom legado, e vamos tentar seguir, ele também mostrou essa marca de deixar a alma em todos os treinamentos. Torço para tudo dar certo na carreira dele – disse Souza.

O comportamento de Kaká sempre foi destacado por Muricy Ramalho como diferenciado no dia a dia. O ídolo tinha influência positiva dentro e fora de campo, motivo de elogios constantes. No caso de Alvaro Pereira, a saída também é sentida principalmente pela sua ausência na Taça Libertadores. A competição com jogos pegados e duros era vista como ideal para o lateral de 29 anos, com experiência em Copa do Mundo pela Celeste, pois ele não “tremeria” em uma partida de pressão. Sem ele, Carlinhos, experiente em Libertadores, vira absoluto na lateral, com Reinaldo na reserva.

Agora, o Tricolor segue a vida sem o uruguaio. Depois de enfrentar o Vasco, na última sexta-feira, o time continua a disputa do Torneio de Manaus. Neste sábado, o São Paulo faz um treinamento na Arena da Amazônia, palco do confronto com o Flamengo, domingo, às 15h (horário de Manaus, 17h de Brasília). O título da competição amistosa servirá também para dar uma resposta positiva a Muricy Ramalho, treinador internado com diverticulite e desfalque na viagem – o time está sendo comandado pelo coordenador técnico Milton Cruz.

– Todo o grupo vai dar o melhor de si sempre, independentemente dessa situação. Ele nos comanda e sabe do nosso esforço diário para alcançar os objetivos e agradá-lo. Vamos tentar levar esse título para deixá-lo satisfeito. Ele vai estar acompanhando sempre. Nós não vamos ouvir as duras dele pela televisão (risos). Se fizermos um bom trabalho, ele vai elogiar. Se for ruim, também vai chamar a nossa atenção. Mesmo longe ele está presente de alguma forma por meio do Tata e do Milton. Desejamos melhoras e esperamos que na segunda ele esteja apto a dar os treinamentos para iniciarmos bem o Paulistão (no dia 1º de fevereiro, contra a Penapolense) – finalizou.

Fonte: Globo Esporte