Campeão no SP, capitão sub-20 vence lesões e desabafa: “era desacreditado”

Há um ano Matheus Banguelê era lateral direito do Bahia e estava afastado da maioria dos jogos por não conseguir superar lesões decorrentes de um problema mais grave no joelho. Em 2015, tudo mudou: transferiu-se para o São Paulo logo depois de completar 19 anos, conseguiu se curar, voltou a ser volante, assumiu a braçadeira de capitão do time sub-20 e foi campeão da Copa do Brasil da categoria, com nome gritado pela torcida em pleno Morumbi.

“Um sonho. Um sonho. A gente vive um sonho. Foi inesquecível, para minha vida e para minha carreira. Não só para mim, mas para todos os atletas e para a comissão. Eu nunca imaginaria um dia estar ali. Um ano atrás eu era um cara desacreditado, estava lutando para conseguir correr, e hoje estou sendo capitão e levantando a taça num estádio que foi palco de muitos jogos e títulos. Ver a torcida chamando meu nome… Não tem como descrever”, diz Banguelê, em entrevista aoUOL Esporte.

Natural de Porto Seguro, o baiano é discreto dentro de campo. Volante clássico, defensivo, não liga para jogadas bonitas. Não se incomoda em não ser lembrado por gols ou lances de efeito. Agora, ele sonha com uma vaga no elenco profissional em 2016 e vive a expectativa de ser promovido pelo novo treinador na próxima temporada.

UOL Esporte: Você fez base pelo Bahia. Como chegou a proposta do São Paulo?
Matheus Banguelê: Em 2012, jogando pelo São Francisco Conde, o Cabrera [atual coordenador técnico de base do São Paulo, Diego Cabrera] tinha me visto jogar em Pernambuco. Ele estava no Grêmio. Depois desse campeonato apareceram propostas. Mas o então presidente do São Francisco Conde tinha amizade com o coordenador da base do Bahia. Ele me incentivou, fui e passei quase dois anos no Bahia. Só que em 2014 tive lesões, fiquei afastado, e o Bahia não teve planos para mim. E aí foi onde surgiu a proposta do São Paulo. O Cabrera, foi pela confiança de um no outro

Você esperava ter uma evolução tão rápida no clube?
Antes de vir para cá, conversei com meu representante, que é muito próximo. Como eu só tinha mais esse ano e o próximo de base, ele foi bem claro ao dizer que eu precisava vir para jogar meu melhor. Eu vim com esse intuito. Eu sentia dores, estava acima do peso. Mas eu nunca esperei essa evolução tão grande, ainda mais com título. Tinha em mente fazer meu melhor, só.

Quais dores sentia? Teve lesões graves?
No São Francisco do Conde tive uma lesão que cheguei a quebrar um pouco abaixo do joelho. Quando consolidou o osso, tive um trauma no LCA [ligamento cruzado anterior]. Depois que curou, senti muita tendinite. Isso me tirou de muitos jogos. Aqui tive um acompanhamento de perto, o São Paulo, até na estrutura, é muito acima, sem desmerecer o Bahia. Tive um cuidado especial, me recuperei bem, consegui cessar dores da tendinite.

Como você virou capitão? Já conhecia o André Jardine, técnico do sub-20?
Não o conhecia. Conheci aqui, nos treinos, fui apresentado a ele, e iniciamos o trabalho. No dia a dia eu me vejo como um cara que tem muita raça, vontade de vencer sempre. Durante esse tempo às vezes ele conversava comigo. Pelo fato de eu ser dessa forma, e de ele ser do Sul, acho que isso cooperou. Nossa relação é de muito respeito.

Você era lateral direito, hoje joga como volante. Como se descreve?
No início da minha carreira era atacante, fui reprovado em quatro avaliações. Voltei para minha cidade, meu treinador disse que eu poderia mudar de função para volante. No Bahia vim bem no sub-17, fui bem como lateral direito e depois fui aproveitado no sub-18. Mas tinha uma dificuldade enorme na lateral direita.

Em quem você se espelha como volante?
Gosto muito do Luiz Gustavo, ele é um atleta que faz bem o simples, não inventa. Para muitos não é muito visto, porque não faz o gol, mas é muito importante. Me vejo de certa forma desse jeito. Torcedor quer ver gol bonito, drible, às vezes esquece do resto.

E como capitão, que líderes são exemplos pra você?
Pra mim tem o Thiago Silva, acho que um líder que desde muito jovem era assim, conquistou coisas bem jovem. Também o próprio Rogério Ceni, dispensa comentários, atleta de alto nível que atuou muito tempo em alto nível. Não tive oportunidade de conhece-lo pessoalmente, mas pelo que escuto falar é fenomenal, dentro e fora de campo.

São Paulo não deve contratar muito. Você acredita que pode subir pro profissional em 2016?
Fizemos uma boa Copa do Brasil. Acreditar a gente sempre acredita. O nosso objetivo maior quando chega no sub-20 é ter o privilégio de subir. Estou esperançoso.

 

Fonte: Uol

Um comentário em “Campeão no SP, capitão sub-20 vence lesões e desabafa: “era desacreditado”

  1. Bom jogador… é melhor que o Hudson. Penso que já está pronto para ser testado no time de cima. O Paulistinha pode ser um bom laboratório para ele!

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